O fascismo anda por aí


U ma nova realidade vai emergindo na era da globalidade. A facilidade com que comunicamos e acedemos à informação não criou, ao contrário do que seria de crer, mais espaço ao diálogo e à tolerância. Pelo contrário, incentivou os extremismos fundamentalistas e lançou as bases para soluções autocráticas e violentas. A ameaça de um novo fascismo, mais perigoso porque diversificado e disseminado em múltiplas manifestações sociais, algumas aparentemente merecedoras de consenso, está presente em todo o mundo.

Por todo o lado, multiplicam-se movimentos, aparentemente inorgânicos, pondo em marcha situações disruptivas, à conta de conceitos que vão do ambiente, da religião, dos animais até à homofobia, ao racismo, as migrações, num quadro bastante diversificado de motivações. Cada uma dessas bandeiras será, por si só, respeitável o bastante para merecer a preocupação e o empenho dos poderes públicos. Atente-se, porém, que as táticas utilizadas por esses movimentos são, invariavelmente, radicais, recusando o diálogo social e político que muitos de nós, que vivemos a luta pelas liberdades e pela democracia, julgávamos ser um dado civilizacional adquirido.

O fascismo anda por aí! Não usa, agora, o preto ou o castanho doutras eras! Vem até mascarado com todas as cores do arco-íris. Há fascistas intransigentes na defesa dos transexuais, como há fascistas, igualmente intransigentes, contra as alterações de género. Diferem nos objetivos, mas são iguais na intolerância! Recusam o debate civilizado, as medidas consolidadas, têm horror a tudo o que possa parecer uma fraqueza das suas posições maximalistas.

O fascismo anda por aí! Vai de tentar escorraçar as minorias até defendê-las ao extremo. Nos limites, a mesma sanha de afastar a mínima diferença em relação às verdades absolutas que são declaradas. Negociar é próprio dos fracos!

O fascismo anda por aí! Joga tintas de diversas cores; interrompe estradas; senta-se no chão, provocativo. Chama-se a si próprio STOP ou coisa que o valha: a única coisa que admite é a satisfação absoluta da sua vontade. Não há qualquer espaço para negociar, achar um meio termo, procurar uma solução possível. A senda do fascismo é queimar a terra toda até atingir o domínio da paisagem queimada.

O fascismo anda por aí. Também na prática política. Um governante resultante de eleições em que metade do povo achou que tinha mais que fazer, faz das suas vontades, ditames absolutos. Decide, com imposto secretismo, quem vai fazer o quê, sem qualquer respeito pela opinião das pessoas que designa, sobre as equipas que gostariam de ter para desempenhar os seus cargos e missões.  “Ein reich, ein volk, ein Fuhrer!” disseram alguns, noutros tempos e com funestos resultados.

O fascismo, indubitavelmente, anda por aí!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 4 de Outubro de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários