D epois de uma Maioria Absoluta que caiu muito mal na direita e surpreendeu na esquerda, Presidente da República, Assembleia da República, Partidos da Oposição, Sindicatos, Classes Profissionais e a Justiça subiram o seu grau de escrutínio e exigência. Daí resultou o "casos e casinhos" que culminou com a demissão, nesta terça-feira, de António Costa. Sem dúvida que Costa aguentou ministros até mais não poder e acabou por herdar anti-corpos de todos eles perante a sociedade, criando azedume nalgumas relações institucionais e dentro do seu próprio partido.
Por vezes fico a pensar que os partidos e a política são tão mal frequentados que estas situações tendem a piorar, poderemos ter líderes credíveis para a eleição em campanhas centradas na sua figura mas depois vai a trupe de medíocres toda atrás. É um aviso e algo que muitos com crédito na sociedade vão pensar duas vezes para colocar-se ao serviço do bem público. Os outros, realmente maus, nada têm a perder e reúnem pessoas da mesma estirpe presos por interesse e em sistema de gangue.
No entanto, António Costa para se demitir, constatou factos, percebeu a sua situação, a credibilidade futura e mediu a percentagem de sucesso. Costa é uma "rata política", não se demite sem uma situação ou conjuntura impossível de se tornear. Cumpriu com a sua demissão, prontamente aceite por Marcelo Rebelo de Sousa. Agora, é aguardar pelas acusações e o veredicto, sabendo de antemão que as autoridades e o judicial têm que produzir efeito para não ficarem muito mal vistas.
Esta demissão de António Costa diz-nos que a separação de poderes e as instituições da nossa democracia funcionaram, o que produz comparação para o que se passa na Madeira. É importante referir que Costa estava em Maioria Absoluta e caiu e desmistificou o "totalitarismo" da mesma, sobretudo na Madeira. É impossível olhar para o continente nesta terça-feira e não perguntar "e a Madeira"? É que quando autoridades, ALRAM, Justiça e comunicação social não funcionam, de alguma maneira fazendo parte por inação do muito que ocorre na RAM, permite-se que gente que deveria estar bem calada, se mostrem éticos, moralistas e opinadores apontados para onde gostam, o continente, local que lhes desvia os focos de cima. Vi Miguel Albuquerque a falar e depois saiu uma publicação no CM que me poupa palavras (link #1, link #2), falou o homem do inquérito parlamentar ao Rafael Macedo que depois a Justiça ilibou (link), a senhora que foi candidata à AR para obter imunidade parlamentar (link), etc.
Na Madeira parece que tudo está invertido, a polaridade, os valores, a idoneidade para falar, os pilares da democracia, o jornalismo, ... é claro que a conjuntura tem de produzir atrevidos porque se sentem protegidos e imunes à crítica por muito medo, autocensura, assédios e represálias. É por isso que concluo que sobretudo a Justiça faz xeque a si mesma quando se compara continente e Madeira. A ver vamos.
Qual foi a Maioria Absoluta, renovada por 47 anos na Madeira, que teve o escrutínio exercido sobre o Governo de António Costa? Nenhuma, porquê? Talvez diga muito sobre a característica de molusco de muitos madeirenses. Por outro lado, se a decisão do Presidente da República for eleições antecipadas, estimo que a campanha eleitoral seja profusa no debate sobre a corrupção e a promiscuidade entre política e negócios, o que outra vez nos transporta para a Madeira.
Sobre a demissão de António Costa nada a dizer, deveria ser igual para todos.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 7 de Novembro de 2023
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