Batemos no fundo?


C om a demissão do Primeiro-Ministro, atingido em cheio por uma escandaleira de suspeitas de corrupção e tráfico de influências à volta de negociatas de milhões, batemos no fundo em termos de credibilidade da classe política dirigente, sobretudo a que está alojada nos maiores partidos do regime democrático: PS e PSD.

Parece evidente que o “centrão”, representado pelos ditos partidos que se têm alternado no poder e até já o partilharam (1983 a 1985), está muito desgastado. Neste momento, num cenário de eleições antecipadas e perante uma provável vitória do PSD, face ao evidente prejuízo que o PS vai enfrentar após esta gravíssima crise, a grande incógnita reside no peso que terão os partidos à direita. 

Num cenário em que será muito difícil que o PSD, embora vencedor, atinja a maioria absoluta e pressupondo que o eleitorado do centro que deu a maioria absoluta ao PS não vai desviar o seu voto para o PCP ou para o BE, será muito importante o papel que terão os partidos à direita – a IL que substituiu, e muito bem, o CDS e, sobretudo, o CHEGA que capitalizará, naturalmente, o descontentamento popular mais primário e que, assinala-se, vai roubar votos também à esquerda.

Um acordo parlamentar que envolva estes três partidos será necessariamente instável. Não pela IL que, obtidos alguns compromissos relativos ao seu programa próprio, assegurará a sustentação de um programa governativo; mas pela presença do CHEGA que, a não ser que reveja algumas posições extremistas e ultramontanas, condicionará as orientações políticas internas e, sobretudo, externas, a adotar pelo Governo. Quereremos ser uma nova Hungria na Europa?

A decisão caberá, outra vez, ao povo português!

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 7 de Novembro de 2023
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