Bom dia plataforma e leitores, gostaria de ver o meu texto publicado, versa sobre jornalismo e jornalistas. Se sim, obrigado!
É um problema da democracia que os jornalistas, que antes exploravam a podridão do país (porque notícia é o que está errado e gera polémica), se vejam limitados pela conjuntura de viabilidade dos meios de comunicação social. No continente, o Sindicato dos Jornalistas tem trabalho e está a enfrentar a Global Media devido aos 150 despedimentos previstos por entre todos os meios do grupo de comunicação social. A Global Média tem como acionista maioritário, em última instância, World Opportunity Fund (WOF), e estes fundos gostam de lucros mesmo que nos façam lembrar a situação do cartoon de 6 gestores numa nau com um a remar, concluem que se calhar vão ter que despedir o último a ver se dá lucro. Dizem que um dos títulos, o JN, tem historicamente resultados positivos, mas parece que o resto contagia, uma delas a TSF que também temos na Madeira, que teve despedimentos no passado e não se vê melhorias. Antes pelo contrário comprometeu o jornalismo livre ...
Fui buscar este caso porque houve um número que me fez pensar, lembram-se de há uns anos atrás a apatia dos madeirenses sobre a importância da RTP-M? Foi doloroso, não quero bater no ceguinho. Sucede o mesmo em relação ao JN, a redação criou uma petição “Somos JN - Em defesa do Jornal de Notícias, do jornalismo e das pessoas", para sensibilizar e, sinceramente, achei que para um jornal de âmbito nacional haver um pouco mais de 4500 assinaturas pela causa, acaba por não dar o valor pretendido em defesa da causa. É contraproducente e a WOF ainda usa contra. O mercado é apático, não são só os eleitores. Mas, como seria aqui com uma petição ou sondagem séria sobre um órgão de comunicação social? É que muitas vezes pomos toda esta gente num pedestal e afinal não são tão grandes quanto se pensa, simplesmente nunca houve um momento para ditar o valor. Se calhar há pela falta de efeito nas Eleições Regionais...
O que estes exemplos sim fazem é piorar o jornalismo, os jornalistas da Madeira devem ficar contentes pela subserviência paga onde estão metidos. O que importa é o dinheiro ao fim do mês. Digam o que é para fazer que eles fazem. Assim nascem os mercenários da notícia, só defendidos por todos aqueles que pertencem ao sistema. Na Madeira, o topo da carreira é assessor e é o valor do vencimento, aos milhares, que dá o estatuto, mesmo que seja um jornalista medíocre. Viva o Mediaram para resolver os azeites, a falência e a falta de comprometimento com a deontologia ao abrigo de lei específica.
Contextos assim ainda favorecem mais a manipulação dos jornalistas, todos ficam com rabo entre as pernas com medo de perder emprego. Apertar empregados, fragilizar, dar a entender que o lugar não é seguro, transforma o jornalista num medroso para pegar em certos temas, ficam logo condicionados e dá azo também a mais lambe-botismo, até mau ambiente entre colegas. Quem trabalha preocupa-se mais com segurar o seu lugar e não se interessa com o cumprimento do dever de informar, de investigar, etc. Então aqui, com os jornais nas mãos de oligarcas, é que se mata o jornalismo.
Apesar deste céu dos média que temos por aqui, em que os negócios monopolistas e assistidos permitem segurar negócios sem viabilidade, estou em crer que o futuro vai ditar a mesma situação do Global Média, mas por outro prisma. Para quê tanta gente a fazer o mesmo e assessores? Ainda para mais se as notícias são substituídas por propaganda da agência?! Quando fizerem uma sondagem, ou houver uma situação limite, é que vamos ver a valorização do mercado, tal como se vê no Global Média agora através da petição.
A sociedade, as forças vivas e a opinião têm um papel importante, também os jornalistas independentes, cada um na sua área não deve produzir notícias, isso cabe aos jornalistas, mas a opinião gera muito mais contraditório e dessa forma as pessoas estão informadas.
É importante uma boa moderação dos espaços de opinião, que aguentem as azias e as tentativas de liquidação dos utentes do regime. Isto de jornalismo vai péssimo. A opinião pode ajudar o jornalismo, mas não para repetir o erro das notícias à medida que desvalorizam a classe dos jornalistas. Saiam da bolha, do limbo e do convencimento atrevido de que estão agora no céu ... isto dá a volta num instante e afinal os inimigos eram amigos. Quem é que vai votar em mau jornalismo, para se salvar, se não houver uma face paralela que nos faça entender que não estão mesmo convencidos em ajudar o poder?
A força é determinada pela importância que os clientes dão ao trabalho, tal como os fans de qualquer artista. O quero, mando e posso só existe com apoio das massas, o povo verdadeiro dono do dinheiro ...
Deixo-vos com uma evidência, imaginem que o António Costa (que vai ser demitido esta semana) e todo o seu executivo governava a Madeira, neste exato contexto, haveria "casos e casinhos" nos média locais? A Justiça funcionaria? Seria demitido? Então percebemos porque podem falar grosso na Madeira ... o governo é tão protegido como os oligarcas. Por quem?
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 3 de Dezembro de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.