Profundo lamento.


Bom dia a todos.

O meu texto é de lamento. Lamento que muitos jornalistas se vejam envolvidos no esquema de controlo da comunicação social onde, de novo, os Donos Disto Tudo tomam conta com dinheiros públicos, como é o caso do Mediaram e os inúmeros cadernos que ninguém lê, mas facilitam o pagamento de serviços. Naturalidade é coisa que não existe, parece a legalidade de muitos concursos.

Lamento que exista uma empresa que forneça a organização de eventos e viagens aos governantes, sejam eles de governo ou de autarquias, na posse direta ou indiretamente dos jornais desta região e que repetem uma fórmula onde quem paga publicidade é "acarinhado". Assim não há crítica por zelo de negócios. Lamento. Isso não é jornalismo.

Lamento que as Cartas do Leitor sejam veículo de textos sinistros, sem contexto mas como que aflição ou azia de alguém, com objetivos políticos e também anónimos, quando tanto alarido fazem. Só não é anónimo quem tiver a ousadia de criticar ... . Tenho que reconhecer que o CM é uma normalidade deste contexto.

Lamento que as sondagens online sejam claramente guerras do clique, até mesmo dentro do mesmo partido ou coligados, bem ao gosto do poder e que raramente se configuram como um elemento fidedigno do que a sociedade pensa. Sem intenção de concordar com a minha crítica, mostram essa realidade hoje num diário local.

Lamento, que os cartoons de humor voltem a ter segundas intenções, a ser novamente uma arma política para menorizar projetos, ideias, movimentos e pessoas. Lamento que cada vez mais os jornalistas sejam opinião e não notícia, é porque esta terra tem imensas notícias por dar, mas muitos gostam de mostrar a sua lealdade ao poder com o comentário. O jornalista passou a ser sectário porque abandonou a imparcialidade, o posto inatingível da moderação, aquela posição de dar notícias e de não optar por notícias.

Lamento o falso humor que se tenta fazer para que politicamente se contagie o eleitorado, associando pessoas e partidos aos extremismos e radicalismos. Lamento que, pessoas que dão de boa fé contribuições, acabem por ver que são usadas para fingir pluralidade.

Hoje em dia temos vários "Madeira Livre", "Jaimes" mais polidos mas na mesma função... não no jornalismo.

Lamento que, numa generalidade, muito povo não saiba o que se passa na Madeira, alguns pensam que a crítica não visa melhorar a vida de todos. Hoje em dia, temos uma parte dos madeirenses que asseguram a sua boa vida, com egoísmo, e pouco se importam com o todo. Até ao dia que percebam que com assimetrias haverá necessariamente crime. Somos nós que estamos, em conjunto, a destruir a Madeira.

Precisamos de mais valores e menos esperteza.

Não deve ser novidade para ninguém que há guerra no poder. A novidade é que há fações que perceberam como o monstro que ajudaram a construir e manter, começou a fazer vítimas entre si. Caiu em mãos ainda mais erradas. Alguns, sem nunca reconhecer, vão precisar da mão da oposição para moderar o que aqui vai. Alguma comunicação social é um sintoma disso.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 3 de Dezembro de 2023
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