Ganância insustentável


A ganância de mais e mais já foi falada no site do CM e de como se torna na insustentabilidade para os recursos que a Madeira dispõe. Mais gente em permanência, com a massificação do Turismo, temos mais exigência na água, no saneamento básico (não faltam casos de "algas"), na energia, as vias estão atascadas e dizem que se venderam milhares de carros para as rent-a-car (os madeirenses compram de segunda mão a elas). Os trilhos e levadas parecem dizimadas por uma manada de búfalos, com turistas em fila indiana.

Hoje o JM diz que há bolo de mel feito com melaço (com certificação do selo Madeira), a poncha na falta de aguardente vai com Vodka. Estamos a ter episódios frequentes de gente perdida na serra, atacadas na cidade (violência e criminalidade). Se alguém for capaz de dar dois passos atrás para ver o quadro todo percebe que nada disto tem a ver com a nossa parte nos desafios do planeta, das alterações climáticas, do excesso de população (com turismo massificado temos excesso de população, não estão a sentir?), etc. Temos alguns embevecidos com o seu lucro, com capacidade de condicionar a governação, mas há muita coisa errada. 

Importar cada vez mais não significa lucro mas insustentabilidade. Para uma ilha como a nossa, a erosão costeira e aumento do nível do mar não traz problemas maiores (a não ser habitações em sítios errados), mas desmatamento provocado pelo ser humano, incêndios ou mudança do clima, associado à má gestão ambiental (já a vimos) ... sim. Atenção aos deslizamentos de terra, o que acontece especialmente em ilhas montanhosas, normalmente com extremos climatéricos, sobretudo quando se brinca a grandes deslocações de terras nas obras e campos de golfe. Também estamos a ver e repito-me, pressão populacional sem respeito por um plano de sustentabilidade adequado aos recursos naturais, como água potável, alimentos e espaço habitacional. Estrategicamente, para dar bons resultados, o ar acompanha a falácia da qualidade das águas através de recolhas longe dos focos de poluição e assim prosseguimos com a autorização tácita para cada vez mais hotéis, turistas, navios de cruzeiro.

Pergunto-lhe, acha a Madeira economicamente robusta? O que viu na pandemia? Tudo parado. Uma ilha que depende fortemente de uma única indústria, como o turismo ou a produção de um único produto ou actividade (obras), pode ficar vulnerável a flutuações económicas e ambientais relacionadas a essa atividade. A pandemia mostrou fragilidades e nós insistimos no modelo. E metidos nesta situação, culminamos com a falta de infraestrutura resiliente a eventos climáticos extremos e a desastres naturais, com um PRR desorientado.

Não estamos bem porque a informação (notícias) não ajudam e os diversos interesses instalados estão interessados no seu lucro sem olhar para a sustentabilidade da ilha. Somos inimigos de nós mesmos.

Nota: é triste que um partido como o PAN tenha perdido o norte.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 7 de janeiro de 2024
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