Para a Mónica


Cara Mónica

Acho que devo começar esta carta por lhe dizer que mostrar vulnerabilidade não equivale a fraqueza. Pelo contrário. Só demonstra força e sensatez em alguém tão jovem.

Tenho seguido o seu caminho na política madeirense e digo-lhe, em todos os meus anos, nunca vi alguém a revolucionar a nossa política, muito menos alguém tão jovem, especialmente uma mulher. Acho extraordinária a ignorância das pessoas para com o feito que você, uma deputada de um partido pequeno, consegui fazer neste nosso parlamento. Não uma, mas duas vezes já. Tem razão em dizer que tudo lhe caiu nos ombros porque é verdade. Teve a sensatez de manter o PSD-Madeira “no poder” e a audácia de retirar poder a alguns quando isso se tornou necessário. E impressiona-me o analfabetismo do povo madeirense no que diz respeito à política.

Como afirmou, e bem, a extrema-direita está em crescimento. Vi um comentário de alguém a dizer que só havia 4 deputados na nossa Assembleia. Mas o povo esquece-se que estamos à beira de eleições legislativas. O que se passa na Ilha da Madeira não afeta só o povo madeirense, mas também Portugal inteiro. E é ignorância como esta, a falta de noção que as ações mesmo de uma ilha pequena como a nossa possam afetar um país inteiro, que me levou a escrever esta carta de força e solidariedade feminina.

Você tem sido alvo de palavras horríveis, de um escrutínio meticuloso. E é engraçado como não vemos esta censura no mundo masculino. Não usamos o homem para criticar as escolhas partidárias. Não insultamos a cara, o corpo, o carácter. Não tentamos deitar abaixo uma pessoa da maneira que a têm tentado derrubar quando estes têm um pénis pendurado entre as pernas. E a maior critica vem das mulheres, as maiores simpatizantes da caça às bruxas a decorrer na Ilha da Madeira.

Por isso, deixo-lhe aqui esta pequena mensagem vinda de mim e de todas as mulheres que são “bruxas”: Nós vemo-la. Ouvimo-la. E apoiamo-la. Não tenha medo de lutar pelas suas causas, não tenha medo em lutar pelo que acha correto, não tenha medo em lutar pelos e pelas madeirenses. Não tenha medo de ser vulnerável quando o tiver de ser, pois isso só a fará mais forte. Continue a luta, continue com força porque não está só, nunca estará só nesta luta pela democracia madeirense. 

Continue o seu trabalho e não desista pois você foi uma lufada de ar fresco na política e tenho a certeza que continuara a revolucionar por muitos mais anos, não só na Ilha.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 28 de janeiro de 2024
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários