A s recentes eleições regionais na Madeira lançaram uma longa sombra, não apenas no cenário político, mas na própria alma do Partido Socialista Madeirense (PS-M). Embora os resultados pintem um quadro de dominância do PPD/PSD, um mal-estar mais profundo alastra-se dentro do PS-M. Os apelos à demissão do Presidente Paulo Cafôfo, envoltos no dissimulado manto da preocupação com os cidadãos, são uma manobra transparente para ganhos pessoais.
Este não é um apelo à lealdade cega, mas um lamento pela ausência de introspecção crítica. O PS-M está à beira de um precipício, com o abismo da irrelevância escancarado abaixo dele. Onde está a profunda auto-reflexão necessária para compreender por que razão a mensagem do socialismo não conseguiu ressoar junto do eleitorado? Será que o partido se tornou uma mera câmara de eco, amplificando pronunciamentos cansados que já não respondem às preocupações contemporâneas dos cidadãos madeirenses?
Talvez uma questão mais poderosa: Terá o PS-M ficado tão fixado nos despojos do poder que se esqueceu dos princípios fundamentais dos socialismo – um compromisso com a justiça social, uma rede de segurança robusta para os vulneráveis e uma crença inabalável num mundo mais justo? Distribuição de riqueza? A ideologia foi sacrificada no altar da conveniência política?
Não nos deixemos enganar pelas lágrimas de crocodilo de quem "ladra" pela cabeça de Cafôfo. A sua preocupação não é com a melhoria da Madeira, mas com o seu próprio avanço dentro do partido. Eles também não têm visão e coragem para conduzir o PS-M para fora do deserto.
O socialismo na Madeira encontra-se numa encruzilhada. Será que sucumbirá ao canto da sereia do interesse próprio e se tornará uma pálida imitação do que era antes? Ou irá redescobrir o seu propósito profundo, reforçar a sua ligação com as pessoas e oferecer uma alternativa convincente para o futuro da Madeira?
A escolha é dura. O caminho a seguir não requer um bode expiatório, mas uma análise fria e inabalável dos fracassos do partido. Exige um regresso aos princípios fundamentais da justiça social e uma visão ousada que responda às aspirações de todos os madeirenses. Este não é o momento para lamentações ou autopiedade. É um momento de coragem, de uma renovação profunda, de um partido socialista digno dos ideais que outrora defendeu.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 11 de março de 2024
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