T enho notado na Raquel Coelho a escrever no CM (texto #1, texto #2), bem vinda ao convívio da Opinião Pública, é sinal de que é inteligente e apanhou um pormenor da nossa vivência pública, de que o jornalismo, muitos partidos e "reguilas" estão alheados. Não me cabe a mim decifrar isso, porque também tenho visto a plataforma a não fazer publicidade do trunfo, talvez para não ter abusadores e parasitas a bordo.
O meu maior medo é o madeirense se dar em "folclore partidário", o do CDS (vi os vídeos) estão um "must". Há partidos sem nada para dizer, estão entalados, não têm propostas, mentem descaradamente, escondem as reais intenções, mas conhecem muito bem o povo. Foram eles que os moldaram para só tolerarem elogios gratuitos e omitir os problemas, a verdade para muitos é uma ofensa, não gostam que se toque na sujidade debaixo do tapete desta região. É sinal de que nunca vamos crescer, é sinal de que o convencimento de "Povo Superior" foi criado justamente para que as mentes bloqueiem em favor deste poder que nos mata. O resultado é dormir nos erros e corrupções para acordar de repente num desastre total, como a dívida de 6000 milhões, como é que ela cresceu sem ninguém dar conta?
A Raquel que se agarre aos jovens não radicalizados, neste momento muitos estão órfãos, daqueles que depois de eleitos traíram. Não, não sou do PTP, sou de pessoas válidas, e aqui temos uma, tenho dois olhos na cara.
É importante salientar que a promoção de corrupção na Madeira, que é muita, tem como as suas maiores referências os proprietários dos Media na Madeira. Não é inocente a perceção de marasmo e acalmia na oposição. É para criar a ideia de que só o PSD põe a Madeira em Marcha, para aonde não se vê, mas eles vão fazer tudo para continuar a enriquecer.
Quem fugir para as redes sociais tem mais hipóteses de ver a sua mensagem passar. Basta ver o tamanho e localização das notícias, de como o PSD usa o Governo para fazer campanha, de muitas páginas e tempos de antena por dia. Se o controlo dos Media é total, a mais mínima intenção de ser plural esbarra com quem paga a existência dos Media, o Governo Regional. Todos eles são inviáveis sem esse dinheiro, quando agora destruíram a credibilidade e notoriedade secular.
A Raquel é assertiva e objetiva, fala forte mas é moderada, a melhor herança é não ter medo e diz tudo com todas as letras. Quando olho para o nosso panorama eleitoral e vejo partidos como o PAN, Iniciativa Eleitoral e o CDS, a querer eleger ao menos um deputado ou crescer, sabendo que se vão vender ao PSD por mais que neguem, pergunto-me friamente porque ficaria Raquel Coelho de fora? Às vezes fico a pensar se não há gente que não quer votar no PSD mas quer viabilizar o PSD, o que vai dar exatamente ao mesmo, com mais despesa para sustentar a "lealdade". Também poderia falar do Chega, o caráter irreverente da Raquel Coelho não colmata o voto de protesto mas sem extremismos? E não existirá gente revoltada sem partido?
Ainda hoje, a Raquel enviou um texto sobre ambiente para o CM (link), olhando para as duas fotos que lá estão, ponho-me a pensar na história viva que é a imagem mais antiga e de como afunilamos a ribeira e metemos a principal central produtora de energia na foz. A montante está um mega estaleiro que furta e produz inertes para venda, isso tudo arrastado para a foz... Numa altura que vemos o calor a evaporar, a chover muito e a provocar enchentes em muitas partes do mundo, com o historial de aluviões na Madeira, o que pensar? Gostei de ver a Raquel a escrever sobre ambiente, é como se ganhássemos alguém de confiança na matéria, quando alguns se venderam e nota-se tantos desta área como estão tão caladinhos.
Os portugueses em geral, mas também a investigação e a Justiça, estarão atentos ao que o eleitorado da Madeira vai dizer. Se "insistem" é sinal de que muita gente está envolvida, se "insistem" é que há algo a temer. É importante que nas mais diversas leituras que se façam depois das eleições tenhamos um tempo de antena no Parlamento, para dar sequência às acusações que provocaram a grande rusga judicial na Madeira.
A Raquel tem "mercado", basta o eleitorado pensar e valorizar. Desejo-lhe imensa sorte e bom trabalho, sempre em moderação e eficácia.
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