D urante anos, a Madeira foi o meu santuário, um lugar onde pude reconectar-me com as minhas raízes e encontrar conforto. Mas na minha recente visita, fui confrontado com uma realidade que me parecia cada vez mais distante da ilha que conheci. O calor e a hospitalidade que tanto apreciava eram muitas vezes ofuscados por um sentimento generalizado de superficialidade e julgamento.
Longe vão os dias da infância despreocupada, substituídos por uma sociedade que parecia mais preocupada com as aparências do que com as ligações genuínas. Dei por mim a comparar os valores incutidos nos meus filhos no estrangeiro com os que aqui encontraram. Embora os meus filhos fossem encorajados a questionar, a pensar criticamente e a abraçar a diversidade, os seus primos estavam frequentemente confinados a uma visão do mundo mais rígida e conformista.
A ênfase nos bens materiais e no estatuto social foi impressionante. Parecia que o valor de uma pessoa era muitas vezes medido pelo carro que conduzia, pela roupa que usava e pelo tamanho da sua casa. Esta superficialidade criou uma cultura de inveja e competição, onde as amizades genuínas eram muitas vezes ofuscadas por uma necessidade constante de se superarem.
Embora compreenda que estas observações possam não se aplicar a todos os Madeirenses, elas reflectem as minhas experiências pessoais e os sentimentos expressos por muitos outros. Acredito que uma sociedade mais aberta e inclusiva pode ser cultivada através da educação, do diálogo e da vontade de desafiar o status quo. Ao promover uma cultura de respeito pela diversidade e pela expressão individual, a Madeira pode tornar-se um local verdadeiramente acolhedor e gratificante para todos os seus habitantes.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 5 de Agosto de 2024
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