T rinta e sete por cento, Funchal no topo das cidades com maior aumento nas rendas das casas. Um aplauso para o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque! Que espetáculo, senhor presidente, quase que parece que quer transformar o Funchal numa segunda Silicon Valley... só que sem o sol constante da Califórnia e, claro, sem os salários milionários.
Aliás, Miguel, já agora, por curiosidade... O salário dos madeirenses também subiu 37%? Sim? Não? Ah, não? Quem diria! Temos aqui um daqueles mistérios da matemática moderna: as rendas disparam, mas os salários ficam a ver navios (e não são os cruzeiros que param no porto do Funchal). Talvez estejamos a viver uma nova teoria económica: o “crescimento a uma só perna”, em que as rendas saltam como um coelho cheio de energia, mas os salários… bem, esses parecem estar a descansar na sombra de uma bananeira.
É que 37% não é coisa pouca, estamos a falar de percentagens de campeão! Uma medalha de ouro para o Funchal, que vai a todo o gás. Já os madeirenses, coitados, estão mais numa prova de resistência, a tentar sobreviver entre o mercado imobiliário e as contas do mês. Mais vale começar a treinar o desporto nacional do “Tetris financeiro”: encaixar o salário de 950€ numa renda de 800€, mais água, luz, internet, e se sobrar algum, talvez uns bifes de cebolada.
Será que o Eduardo Jesus não quer pagar para a Madeira ganhar este prémio: destino turístico mais desequilibrado do mundo onde as pessoas locais não ganham o suficiente para sobreviverem?
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 6 de Outubro de 2024
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