N a pequena ilha da Madeira, perdida no meio do Atlântico, um mistério surpreendente emerge nas paredes da Universidade da Madeira. Não, não estamos a falar de uma descoberta científica revolucionária, nem de um prémio Nobel perdido nos corredores, mas sim... de uma placa em mandarim. Sim, leram bem: mandarim, a língua oficial da China, no coração de uma universidade pública portuguesa.
Ora, para os mais distraídos, até poderia ser apenas um erro de decoração, uma tentativa exótica de internacionalização ou, quem sabe, uma homenagem ao crescimento imparável do turismo chinês. Mas há quem diga, nos bastidores, que esta pequena placa pode ser o prenúncio de algo bem maior. Afinal, já vimos o que aconteceu em Cabo Verde, não foi? Uma universidade inteira, novinha em folha, construída pelos chineses em troca da livre circulação. E cá para nós, circulam rumores que, a esta velocidade, qualquer dia o reitor da Universidade da Madeira terá um passaporte chinês.
É engraçado como, enquanto se discute acesamente a falta de visão para a ciência e a investigação, este reitor parece ter uma vista de águia quando se trata de assuntos políticos e, claro, dos "negócios" com universidades privadas. Para a ciência, não há fundos, não há vontade, não há nada. Mas para a política e as relações públicas, especialmente com o sector privado, o homem é um verdadeiro génio. É quase como se fosse um mestre do xadrez, movendo peças no tabuleiro para onde o vento (ou os investidores?) sopram.
Afinal, o que será mais importante? A produção científica que sustente a economia e a sociedade ou garantir que as placas estão escritas em todas as línguas do mundo, começando pelo mandarim? Por este andar, daqui a uns anos, a universidade mudará o nome para “Universidade da Nova Madeira Sino-Portuguesa”, com direito a uma aliança estratégica que, quem sabe, envolverá a entrega das chaves da ilha a Pequim, em troca de algumas infraestruturas modernas. E assim, num futuro não tão distante, todos os alunos da Madeira poderão circular livremente... na China, claro.
Entretanto, enquanto nos distraímos com estes pequenos detalhes linguísticos, a ciência continua à deriva, sem bússola, mas com um toque de exotismo asiático nas placas.
Tradução do título: Mas já chegamos à China, ou quê?
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 2 de Outubro de 2024
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