Feira de Vaidades - A Grande Ajuda dos 500 Euros!


No Governo de Albuquerque sempre se resolveu
tudo com dinheiro, não existem governantes pensantes.

R ecentemente, numa das suas muitas conferências de imprensa glamorosas, Ana Sousa, secretária regional da SRITJ, anunciou com um brilho nos olhos e um toque de pompa, o mais recente programa de apoio do Governo Regional. Uma medida inovadora, segundo ela, para apoiar as vítimas de violência doméstica a tornarem-se... autónomas! O ponto alto? Um subsídio generoso que pode chegar aos... 500 euros. Sim, leu bem. Quinhentos gloriosos euros! Quem diria que a liberdade e a paz de espírito vinham com etiqueta de preço?

"Com este apoio, estamos a dar às vítimas aquilo que elas realmente precisam: dinheiro suficiente para cobrir, talvez, dois meses de renda ou uma ida ao supermercado... dependendo, claro, do tamanho da família e da fome que sentem. Não estamos só a falar de números, mas de independência!" — disse Sousa, ao ajustar cuidadosamente o seu blazer de marca, que custa, no mínimo, dez vezes mais do que o subsídio anunciado.

Os jornalistas presentes aplaudiram com entusiasmo contido, impressionadas pela capacidade do governo de "transformar" vidas com tão pouco. "Autonomização financeira é algo muito importante," explicou Sousa, com o ar de quem acredita piamente no que diz, "afinal, depois de escapar de uma relação abusiva, nada como um bom voucher de saída de 500 euros para começar uma nova vida de prosperidade. É como o governo dizer 'vai, meu amor, voa!'" Que ignorância governamental sobre o que se passa realmente na vida trágica destas mulheres. Tenha vergonha Ana Sousa !

A cerimónia de anúncio foi recheada de boas intenções, selfies e uma decoração requintada. 

Entretanto, Sousa continuava a sua dissertação sobre o "importante papel do Estado em transformar vidas"

E assim, entre flashes de câmaras e um leve cheiro a canapés gourmet, o evento terminou com uma salva de palmas. As vítimas de violência doméstica que eventualmente virem esta "ajuda" só podem estar profundamente agradecidas. Claro, o preço da liberdade e da reconstrução de uma vida após anos de abuso é... exatamente 500 euros. Quem diria que a independência pessoal cabia no bolso de um blazer? 

Mas não faz mal! No fim do dia, o que importa é que a feira de vaidades política brilha e reluz, entre conferências de imprensa e aplausos bem ensaiados. Afinal, quantos mais quinhentinhos virão? É esperar para ver!

Que vergonha Ana Sousa. Aproveitar-se de um problema grave na Madeira para fazer política sem inteligência e sem contributo válido para a sociedade. Sabe do que é que uma vitima de violência domestica precisa? Muito mais do que 500 euros. Eu vou lhe explicar, como se voce tivesse, vá lá, pelo menos 17 anos:

  • um local seguro para escapar rapidamente de uma situação perigosa. Abrigos temporários ou casas de acolhimento oferecem proteção e garantem que a vítima não seja localizada pelo agressor.
  • Ordens de restrição ou proteção urgentes emitidas pelo tribunal para manter o agressor afastado.
  • A polícia e serviços sociais  preparados para intervir rapidamente e garantir que a vítima esteja segura e protegida.
  • Terapia ou grupos de apoio para ajudar a vítima a processar o trauma, recuperar a autoestima e começar a reconstruir sua vida emocional.
  • Apoio jurídico gratuito advogados competentes, de preferência do continente, para garantir que conheçam os seus direitos e possam processar o agressor, obter divórcio e guarda de filhos.
  • A vítima precisa de alguém que a ajude a navegar pelo sistema burocrático.
  • Independência financeira total: A dependência econômica é uma das razões pelas quais muitas vítimas permanecem em situações abusiva; Ajuda financeira rápida para cobrir despesas básicas, como alimentação, transporte, moradia e medicamentos, enquanto a vítima reorganiza sua vida.
  • Garantir um local de moradia estável é fundamental para que a vítima possa iniciar o processo de autonomização. Tantas casas vazias por ai na Madeira, que poderiam acolher tantas famílias vitimas de violência de domestica. Já fez esse estudo Ana Sousa?
  • Acesso a oportunidades de emprego que permitam à vítima sustentar-se e aos seus filhos.
  • Apoio no cuidado das crianças, como creches gratuitas ou acessíveis.
  • Programas de Mentoria: Apoio de profissionais ou voluntários para auxiliar na transição para uma vida independente.
  • Ambientes compreensivos: A sociedade, tem de ser educada sobre a violência doméstica, para não culpabilizar as vítimas, evitar julgamentos ou estigmatização.

A autonomização de uma vítima de violência doméstica é um processo complexo que exige uma resposta integrada e coordenada entre serviços sociais, apoio governamental, e o envolvimento da comunidade. Vale muito mais que 500 euros Sra. Ana Sousa. Tenha vergonha na cara e não abra a boca para falar asneiradas. Não falar do não se sabe é uma competência que deveria exercitar mais. 

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 5 de Outubro de 2024
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