Assim nasce um bêbado, porque pobres não há.


P ara não esquecer nunca mais a (...) Paula Margarido, aqui vai mais um texto, querido Correio da Madeira, na Madeira não há pobres, só pessoas com pouca luz solar. A Madeira, esse paraíso Atlântico que nos enche de orgulho e bordados, revelou recentemente um dado absolutamente revolucionário: não há pobres na Madeira! Sim, leu bem. Pelo menos, foi o que Paula Margarido, com a convicção de quem descobriu a cura para a desigualdade social, afirmou sem pestanejar. E se ela diz, quem somos nós para questionar? É oficial: a pobreza na Madeira foi erradicada... ou, pelo menos, redefinida.

Na Madeira, segundo esta visão, todos vivem bem porque a pobreza, tal como os unicórnios ou políticos sem escândalos, simplesmente não existe. Aqui, a população pratica uma economia alternativa:

  • Não têm carro? Caminhar é saudável.
  • Não têm casa própria? Os amigos estão cá para isso. (link)
  • Não têm comida? A dieta de bananas da Madeira é equilibrada e rica em potássio!

E, claro, quem reclamar é porque não aprecia o charme de viver com pouco. Afinal, quem precisa de aquecimento central quando tem vistas para o mar?

Com declarações deste calibre e inspirados por esta revelação, o resto de Portugal deveria adotar o modelo Madeirense. Afinal, se não falarmos da pobreza, ela desaparece. 

  • Reformados com pensões mínimas? São só “vanguardistas do estilo de vida sustentável”.
  • Famílias a viver em bairros degradados? Isso é porque “adoram o toque rústico e autêntico”.
  • Jovens precários? Não, são apenas “pessoas com espírito aventureiro”!

Resta-nos agradecer à Paula Margarido pela sua sabedoria inesperada. Num mundo onde todos se preocupam com desigualdades, ela trouxe-nos a solução: basta decretar que elas não existem. Se a Madeira consegue, por que não o resto do mundo? Enquanto isso, continuaremos a acompanhar as suas declarações com o mesmo fascínio que assistimos a um bêbado a tentar dançar o bailinho da Madeira.

Paulinha, não sejas assim. Paulinha, não fujas de mim. Paulinha, eu amo só a ti:

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 26 de Novembro de 2024
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