“Não entrego o poder aos incendiários”: Albuquerque e o desespero de um líder isolado.


Sempre que Albuquerque diz que o fogo está controlado... ele descontrola.

M iguel Albuquerque, outrora uma figura de peso na política madeirense, agarra-se ao poder como um náufrago à última tábua de salvação. Envolto em escândalos de corrupção que corroem a confiança pública e com o partido em rebelião aberta, o líder do Governo Regional parece disposto a tudo para evitar abandonar o cargo. Mas quem são os “incendiários” que ele tanto teme?

O alvo da sua fúria é o grupo parlamentar do PSD Madeira, liderado por Jaime Filipe Ramos, que tem demonstrado uma postura cada vez mais independente e estratégica. O descontentamento é visível em cada reunião e declaração pública. Os deputados parecem decididos a distanciar-se de Albuquerque, conscientes de que permanecer ao seu lado é um bilhete direto para o abismo político. Afinal, em tempos de crise, a sobrevivência é a prioridade.

Contudo, a ameaça é real: caso Albuquerque consiga manter-se no poder, o destino dos dissidentes será inevitável — exoneração, isolamento e perseguição política, como aconteceu com o grupo que ousou confrontá-lo no início deste ano. O histórico de repressão a vozes críticas, como o tratamento dado aos apoiantes de Manuel António Correia após as últimas eleições internas, permanece fresco na memória. No entanto, já não provoca o temor de outrora: Albuquerque é agora um defunto político que aguarda apenas pelo enterro.

Se Albuquerque representa o passado turbulento, Manuel António Correia surge como a esperança de um futuro renovado. Derrotado por uma margem apertada nas últimas eleições internas, Correia aparentemente escolhe manter-se distante do processo atual. No entanto, o sentimento geral entre os militantes é claro: Correia, com o seu capital político consolidado e o seu histórico de antecipação das situações atuais, é visto como o candidato ideal para uma vitória fácil. Além disso, a sua popularidade entre a população poderia catapultar o PSD para um novo fôlego no cenário político regional.

Enquanto isso, a velha guarda, liderada por figuras como Jaime Ramos, continua a tentar lançar nomes alternativos, como Pedro Coelho ou Jorge Carvalho, numa tentativa de evitar uma cisão total dentro do partido.

É, contudo, irónico que Albuquerque acuse outros de serem incendiários. Desde o início da sua liderança, o seu governo foi marcado por uma gestão polarizadora, escândalos e uma política de terra queimada contra os dissidentes internos. Agora, diante da iminência de uma moção de censura, a sua recusa em permitir eleições internas só reforça a ideia de que ele está mais preocupado em proteger-se a si mesmo do que em servir a Madeira.

O futuro da Madeira e do PSD passa por deixar para trás o incendiário que se recusa a entregar o poder e aceitar a renovação necessária. Afinal, por mais que o fogo destrua, sempre haverá espaço para um novo começo.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 26 de Novembro de 2024
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