3 estroinas a cumprir calendário


E u estou aqui a pensar em como começar, num tempo em que os piores vingam por falta de cultura geral nas massas dominantes e que fazem gente sem qualidade liderar países, que depois se viram contra si próprios, trazendo pobreza, guerras, clivagens insanáveis dentro do país. O que dizer quando as gentes do passado produziram história, pensamento, erros e a vivência para nos entregar e assim não cometermos os mesmos erros? O que dizer para gente que se viciou na zapping e não consegue ler um texto de princípio meio e conclusão para perceberem o que se diz com fundamento? O que dizer a estas gerações do descartável, da satisfação imediata em contínuo onde a novidade é o aliciante mas desde que não dê maçada?

Talvez começando pelo princípio mínimo. Francisco Sá Carneiro (1934–1980) é uma figura central na história contemporânea de Portugal, é lembrado pela maioria sem partidarite como um líder político visionário e um dos arquitetos da transição democrática do país depois da Revolução dos Cravos em 1974. O seu legado é vasto e significativo, abrange tanto o campo político quanto aos valores que tentou imprimir na vida pública portuguesa. É por isso que hoje é importante lembrá-lo, mas quando é por qualquer um, a lembrança passa a ser um aproveitamento para se dizer que se comunga dos valores só para a fotografia. O simples facto de um ser arguido e os outros seguidores deste PSD organização criminosa a somar arguidos (ainda não acabou) a depositar flores é ultrajante. 

Sá Carneiro foi um dos fundadores do Partido Popular Democrático (PPD) em 1974, que mais tarde se tornou o Partido Social Democrata (PSD). Partido que desempenhou um papel crucial na consolidação da democracia em Portugal, defendendo uma linha política de centro-direita, com foco nos valores democráticos, liberdade individual, justiça social e uma economia de mercado regulada. A sua liderança foi fundamental para moldar a identidade do PSD como uma força reformista e progressista, dentro da lógica do equilíbrio entre liberdade e solidariedade. Que lógica tem tudo isto no quadro do PSD de Albuquerque? Valores? Liberdade? Justiça Social? Economia de Mercado... de meia dúzia?

Mas há mais. Uma das marcas do discurso e atuação política de Sá Carneiro foi o ênfase dado à ética e à integridade. Acreditava que a democracia exigia políticos comprometidos com o bem comum, rejeitando o autoritarismo, a corrupção e os interesses obscuros. O seu compromisso com a verdade e a transparência na vida pública tornou-o um exemplo para gerações futuras, mas não para a trupe de Albuquerque e consequentemente esses que colocam flores.

Sá Carneiro teve morte prematura num acidente de avião a 4 de dezembro de 1980, muitos interpretaram sua morte como a perda de um líder que poderia ter conduzido Portugal por um caminho de maior estabilidade e progresso. Mas isto não é história, é vaticínio passado. O que sim é legado comprovado por atos é que o evento da sua morte gerou debates prolongados sobre o sistema de justiça e a capacidade de investigação em Portugal, com implicações na confiança pública nas instituições.

Se São Carneiro pode ser usado como inspiração para gerações futuras, teve azar nesta geração de labregos do PSD Madeira. Se as gerações futuras imitarem isto estamos bem arranjados. Com estes não vamos ter carisma ou visão guiada por valores éticos. Muito menos pelo desejo de construir um Portugal democrático, próspero e justo, neste canto de Portugal, a Madeira. O legado de Sá Carneiro, invocado por líderes do PSD e de outros setores políticos como um símbolo de integridade, modernidade e compromisso com a democracia não existe na Madeira atual com este PSD. O PSD Madeira vive da mentira, da burla e dedica-se a si mesmo e cada vez menos aos seus. O PSD Madeira é um instrumento de meia dúzia porque a população não acorda, acomodou-se sem ambição com cada vez menos. Todas as alterações que se pede à Autonomia é para cimentar e cristalizar mais a proteção a esta meia dúzia.

Quando olho para esta fotografia, um aproveitamento vil para cumprir calendário, mete-me nojo. É que o legado de Francisco Sá Carneiro transcendeu a sua curta vida política. Ainda assim, nesse pouco tempo, ele foi capaz de se tornar símbolo de um ideal de liderança baseada em princípios e visão para o futuro, sobre os valores que devem orientar a política e o papel do Estado na promoção do bem-estar coletivo.

A Madeira não é nada disto! Tenho nojo de aproveitamentos vis. Até para depositar flores se deve ser digno e se reconhecer que as gerações depois de Sá Carneiro, pelo menos no seu partido, respeitam o legado. Invocação vil para uma notícia de fachada.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira,  4 de Dezembro de 2024
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