O s militantes socialistas na Madeira estão já a preparar a sucessão de Paulo Cafôfo. Ao grupo de Carlos Pereira, o mais do que provável sucessor do atual líder (se bem que Miguel Silva Gouveia também esteja a preparar terreno), juntam-se cada vez mais prosélitos. Duarte Caldeira e Gonçalo Aguiar são alguns dos mais recentes contestatários.
O antigo presidente da Junta de São Martinho e o antigo secretário-geral eram dois nomes de confiança de Paulo Cafôfo e Miguel Iglésias eram homens de confiança, mas perderam terreno e estão cada vez mais distanciados.
Duarte Caldeira por questões que se prendem com o processo de inquérito em curso devido a gastos não totalmente comprovados na Junta de São Martinho. A dupla que comandou a Câmara e que agora comanda os destinos dos socialistas madeirenses, na linha do seu habitual registo, não tem problemas em deixar cair mesmo quem lhe era mais fiel. E quer-se distanciar do antigo autarca.
Uma gestão que provoca fortes críticas no seio socialista, que entendem que Duarte Caldeira não foi condenado por mada e que é a mesma pessoa que, antes, tinha acesso direito e privilegiado a Paulo Cafôfo. Que é ainda criticado por não seguir o exemplo de Miguel Albuquerque, que não hesita em proteger os seus, mesmo que com custas políticas para si.
Quando a Gonçalo Aguiar, a questão tem origem no relacionamento atual entre Miguel Iglésias e Marta Freitas, antiga esposa do primeiro.
Mas, há mais nomes prontos a retirar Paulo Cafôfo da liderança. E se uns preferem aguardar para ver o líder socialista perder (no seio socialista todos dão como certa a vitória de Miguel Albuquerque nas próximas eleições), outros até entendem que a saída deveria ser já, de modo a permitir ao PS ter melhor resultado eleitoral e poder formar, em coligação com outras forças, conquistar o Governo Regional.
Ninguém tem dúvidas de que Paulo Cafôfo está a prazo e a desgraça que foi o convite feito, sem preparação junto dos possíveis aliados, para uma coligação foi o golpe final. A que se juntou a inabilidade dos cartazes com Miguel Albuquerque, não só por serem de um tipo que é mais usual ver-se em partidos como o Chega ou o PTP ou mesmo o IL, do que num partido que quer ser o Poder.
Os socialistas já perceberam que ninguém fará coligação com o PS. Nem antes, nem depois das eleições. E também já perceberam que o risco de serem ultrapassados pelo JPP é cada vez maior!
Daí que o frenesim seja grande junto dos militantes socialistas. Que estão numa luta contra o tempo, para ver se conseguem provocar a queda de Paulo Cafôfo antes das eleições. Algo que se admite muito difícil, atendendo aos prazos estatutários do PS e ao apertado calendário eleitoral (sobretudo se as eleições se realizarem já a 23 de fevereiro, como se perspetiva).
Há ainda mais uma questão que está a incomodar os socialistas: as constantes idas a Bruxelas de Paulo Cafôfo, para estra com a sua esposa. E a última então, em que se arranjou uma reunião à pressa, com a cumplicidade de Sergio Gonçalves, irritou sobremaneira as hostes. É que, na mesma altura, se estava a negociar o Orçamento. E Paulo Cafôfo não podia, como disse, dizer que não negociaria o Orçamento por não confiar em Miguel Albuquerque e, afinal, ser apanhado em Bruxelas, de mão dada com a esposa.
Trunfos, dizem, dados ao PSD, que pode agora esgrimir que o problema de Paulo Cafôfo em negociar o Orçamento não foi uma questão política, mas sim uma questão de interesse matrimonial. E os passeios de moto pela promenade (!) e as fotos constantes nas redes sociais só ajudam ainda a aumentar a irritação.
Daí que haja cada vez mais gente a estar do lado de Carlos Pereira (e Miguel Silva Gouveia). E sós e não for possível a tempo é que não farão cair Paulo Cafôfo. Se não for agora, cairá, salvo vitória nas regionais (um cenário praticamente impossível), logo a seguir às eleições.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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