Manuel António Correia: Entre o escritório e a pesca, quem paga a fatura?


É curioso como alguns navegantes da política madeirense conseguem cruzar tantos mares e ainda manter-se à tona. Manuel António Correia, outrora conhecido pelas suas aventuras no lucrativo mercado de licenças de pesca de atum para os japoneses – um negócio que até o tribunal absolveu, mas que a opinião pública não perdoa –, agora desfruta de mares mais tranquilos na Secretaria das Finanças.

Com um salário mensal que quase atinge os 5 mil euros limpos, Manuel António ainda encontra tempo para exercer advocacia nos seus momentos de lazer. A questão que fica é: será que as 24 horas do dia deste senhor têm mais minutos que as nossas? Porque, para o comum mortal, equilibrar um cargo público de tamanha responsabilidade com a advocacia seria, no mínimo, uma tarefa hercúlea.

E aqui surge outra questão: é mesmo ético – ou sequer legal – exercer advocacia enquanto se ocupa uma posição de destaque no Governo? Afinal, quem trabalha para a máquina pública deveria estar exclusivamente dedicado aos interesses da população e não a faturar à parte nos seus tempos livres.

Se a função pública é o mar onde navega, a advocacia é o cais onde atraca. Mas será que esta dupla jornada não deixa dúvidas sobre para quem, de facto, está a remar? A lei é clara: o conflito de interesses não é um simples detalhe técnico, mas uma pedra angular da confiança no sistema público.

Manuel António Correia, que outrora negociava licenças de pesca, hoje parece pescar em águas turvas da dualidade profissional. A transparência devia ser um requisito essencial para quem está ao serviço de todos, mas neste caso, o que parece claro é que a prioridade está em servir-se primeiro.

E ao povo, resta a pergunta: quando os interesses pessoais falam mais alto, quem defende os nossos?

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
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