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C omeço por dizer que não sou militante do PAN e muito menos voto nesse partido, mas não deixo de admirar e congratular a coragem que essa pequena política demonstrou ao colocar o dedo na ferida relativamente à questão dos fogos de artifício na Região Autónoma da Madeira. É mais do que hora de repensarmos esta tradição que, em 50 anos, pouco ou nada evoluiu e que continua a causar problemas significativos.
Os fogos de artifício, embora deslumbrantes, trazem um conjunto de problemas que continuam a ser ignorados. Desde os impactos ambientais, com a emissão de gases poluentes e a produção de detritos tóxicos, até aos prejuízos causados a casas como aconteceu este ano, ao lixo que deixam e tantas outras coisas. Os idosos que muitos deles doentes ficam em stress com o barulho ou muitas crianças pequenas que o fogo não é mais do que uma experiência traumática. A isso soma-se o impacto negativo sobre os animais, que sofrem de stress extremo durante estes fogos. Continuo a achar que as pessoas devem estar em primeiro, mas não deixa de ser triste ver os bichinhos desorientados. Por fim, e para mim o mais importante, temos os custos financeiros elevados, que poderiam ser canalizados para iniciativas culturais, sociais ou até mesmo para habitação. Um milhão de euros daria para construir quantas casas ou quantos medicamentos para a farmácia do hospital daria para pagar?
E é aqui que o PAN Madeira apresentou uma solução alternativa: espetáculos multimédia com o uso de drones e projeções. Esses espetáculos, além de tecnologicamente inovadores, são mais silenciosos, ecológicos e versáteis. Oferecem uma experiência visual igualmente interessante e sem os inconvenientes associados aos fogos de artifício tradicionais. Cidades como Londres, Barcelona e outras grandes metrópoles europeias já aderiram a esta tendência, como se viu nos seus espetáculos de passagem de ano, que combinam luzes, cores e som de forma harmoniosa e inovadora. Em Portugal, Albufeira deu um exemplo brilhante neste último ano, atraindo milhares de pessoas para um espetáculo de drones com um custo bem inferior ao do tradicional fogo de artifício da Madeira. Atrevo até dizer que havia mais gente em Albufeira do que no Funchal, pois na reportagem que passou na televisão fala em 230mil pessoas e nas pesquisas que fiz na internet dizem o mesmo.
Ainda assim, há quem critique o PAN Madeira por esta proposta. É vergonhoso que se opte por descredibilizar uma alternativa viável. Só mesmo o povo desta terra, que continua a aplaudir de pé um governo corrupto é que pode rejeitar soluções que apontam para a evolução. A Madeira precisa de evoluir e não vem mal nenhum mundo em mudar seja o que for para melhor.
Não sendo do PAN, não posso deixar de reconhecer o valor desses miúdos, que têm mostrado coragem em desafiar o status quo e trazer novas ideias à mesa. Enquanto a maioria dos nossos políticos parece mais preocupada em perpetuar velhas práticas, estes jovens têm dado provas de querer ver a Madeira progredir. Espero que o meu partido meta os olhos nestes miúdos e comece a arriscar mais. Ficar à sombra ou simplesmente não por o dedo na ferida, não chama a atenção e acaba por ficar tudo na mesma.
Num cenário político onde a credibilidade é escassa, o PAN Madeira e a sua pequena têm sido uma lufada de ar fresco, dando-me a esperança de que esta terra, um dia, possa finalmente evoluir.
Rita Pestana
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2025
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