Bilhete Postal 6: às marradas no Acórdão a ver se robustece.


Caríssimo,

E spero que aí pelas Beiras por onde te passeias, o ambiente esteja melhor que por cá. Demorei a escrever porque há coisas que baralham o meu entendimento – sabes que nunca fui muito bom aluno, a esperteza não era o meu forte, a inteligência ainda menos, razão porque nem consegui arranjar uma miúda para namorar ou casar…

Bem, vamos lá ao que interessa e deixa que te diga que ando aqui muito baralhado, porque já não sei se a sede do PSD é na Rua dos Netos ou se mudou um bocadinho mais para baixo, para a Fernão d’Ornelas. Vê lá se ajudas!

Sabes que houve um Acórdão do Tribunal da Relação (TR) sobre aquela história do Pedro Calado, do Agostinho Farinha e do Custódio Correia, entre outros; ora, para falar sobre a decisão de 3 juízes desembargadores do TR quem é que o DN (era “Diário de Notícias”, agora é “Diário dos Netos”) vai ouvir? Nem mais nem menos do que o isento advogado do Calado que ‘só’ diz (e o DN acredita e até faz 1ª página) que «A Relação “robustece” Despacho de Instrução». Advogado que, ainda por cima, ‘alerta que nenhum crime foi provado’ – como se fosse isso que está em causa. Não foi provado, nem deixou de ser; isso será no julgamento. Mas não é disso que se tratou agora em que, apenas, o Tribunal da Relação elaborou um Acórdão por causa de um recurso do Ministério Público (MP).

Antes de continuar, uma dúvida! Porque é que o DN não foi ouvir também o MP? Que tal um contraditoriozito, não???

Bom, mas sabes qual foi o resultado? Lá teve este teu amigo que ir marrar as 325 páginas do Acórdão da 3ª Secção do Tribunal da Relação – Lisboa. E acontece que não percebo onde é que está a “robustez” quando as medidas determinadas do juiz do tribunal de instrução (TIC) são agravadas. 

Lembras-te que esse juiz do TIC não tinha ‘visto’ prova nenhuma e apenas tinha determinado termo de identidade e residência (TIR)?

Então, agora, além do TIR, o Tribunal da Relação impõe a entrega do passaporte a Calado e a Farinha e isso não é nada? Ou, o TR preveniu uma manobra de escape, tipo: vou ali a uma feira de moda de Milão (não preciso de passaporte) e de caminho pisgo-me para o Dubai ou para Angola (aí, o passaporte já era útil) e quem cá ficar que se amole!? Será??

Não fizeram ondas neste período? Mais ou menos; Calado já fez umas aparições, alapou-se algumas vezes ao Albuquerque, exibiu uma associação de turismo com ele a presidir, claro. Entretanto, para surpresa geral, voltou ao anonimato, desapareceu, esfumou-se nas nuvens que cobrem os céus do Funchal. Quanto aos outros fazem o que sempre fizeram: fingem que não existem!!! 

Esperavam, todos, que tudo desse em nada; que o processo se arrastasse anos, que as traças atacassem as provas e tudo se desenrolasse na paz dos deuses. Para já, não foi bem assim. Quanto ao resto, a ver vamos.

Ora agora diz-me lá: para uma informação séria, como deviam dar, não teria sido bem melhor se a jornalista desse corda às pestanas, lesse o Acórdão e trabalhasse sobre ele em vez de uma tendenciosa entrevista que lança tanto nevoeiro que parece o vale da Serra d’Água quando as nuvens descem da Encumeada?

Há mais, mas este Postal ficaria muito grande. 

Antes disto acabar, ainda vai correr muita água debaixo da ponte, mas há já quem não ande a dormir muito descansado. Eu sei!!

Um abraço
Clara Sofia

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere ao nosso canal do Whatsapp
Adere à rede social europeia Mastodon: a nossa conta
Adere à nossa 
Página do Facebook
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários