C élia Pessegueiro foi com os seus vereadores inaugurar um novo alojamento local na Ponta do Sol. Na publicação do município na sua página de Facebook, ficamos a saber que a Ponta do Sol ultrapassou a marca de 400 AL Suponho que este número são os alojamentos que estão legais, e que por isso pagam os devidos impostos, contribuindo assim para os cofres do município e do estado.
Quem vive na Ponta do Sol sabe que os AL ilegais são muitos. Não pagam impostos, recebem limpinho, porém gastam os recursos do município, produzem lixo e conspurcam ruas e levadas. Nunca se ouviu dizer que a ARAE tenha batido à posta de um que fosse. Ouve-se sim que bateu à porta dos que estão legais e autuou alguns por coisas mínimas.
Quem frequenta a Ponta do Sol decerto já se deparou com situações caricatas protagonizadas pelo turista de chinelo: mochila às costas e à boleia, banhos nos fontanários públicos, carro estacionado numa berma qualquer, onde os muros adjacentes funcionam como estendal de roupa, contar cêntimos nos supermercados, pedir o papo seco com uma fatia de queijo, porque as sandes à venda são caras, as bebedeiras e vómito nos bares, a passa na mão, entre outras. Pergunto: que interesse dá à Ponta do Sol este turista? Nenhum, zero.
Lá foi o tempo em que a Ponta do Sol era um local aprazível para se viver, onde ainda se via alguma agricultura. Atualmente conduzir neste concelho e estacionar, principalmente na vila, é uma dor de cabeça para os residentes. Se precisam de fazer algo urgente, estacionam mal por necessidade e logo são multados, enquanto o turista não. A construção de casas e a reabilitação de outras parecem cogumelos no outono. Onde víamos verde, vemos betão.
Uma segunda pergunta: o mundo está a mudar. Quando os turistas acharem mais graça a outros destinos, quando os estrangeiros residentes começarem a voltar aos seus países de origem, a Ponta do Sol será um concelho de betão inabitado, onde alguns proprietários estarão a apertar o cinto devido aos empréstimos contraídos.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 15 de fevereiro de 2025
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