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| Um vista idílica usurpada e privatizada, o madeirense calado como sempre, aceita balelas. |
N os mesmos moldes que querem enriquecer amigos, com a concessão por longas décadas com o Teleférico do Curral das Freiras, a 14 de novembro de 2019, a Ponta Oeste dava início a mais um negócio ruinoso para o erário público, infraestruturando tudo de mão beijada ao privado, desde a reunião dos terrenos até a entrega para exploração "trigo limpo".
Naquela data, abria-se o procedimento de negociação para estabelecer as condições para, num único contrato, concretizar a constituição do direito de superfície dos prédios da propriedade da PONTA OESTE, ou futuros adquiridos, destinados ao Campo de Golfe da Ponta do Pargo. Prazo: 75 anos! (PDF-Link).
Como sabem, estamos a viver o momento, o Governo Regional está a construir o campo de golfe e a infraestruturar para os hotéis e as moradias. Depois da despesa feita, as imobiliárias do sistema exploram. Como não conheço campos de golfe que deem lucro na Madeira, no futuro veremos alguma forma de financiamento encapotado, porque o que interessa são as obras para ganhar dinheiro (sem esquecer que tu poupas águas à força pelo preço... para haver água para o golfe).
Será que este negócio, fora dos processos legais (que o GR sabe sempre aparentar), não mostra um governo que utiliza dinheiro público para construir infraestrutura e, depois entregar a privados para explorarem sem custos ou com benefícios desproporcionais? Há um problema sério da gestão dos bens públicos. Quando falta o essencial: medicamentos, habitação, etc. Andamos décadas a ver isto.
Temos, portanto, a privatização de lucros e socialização dos custos, um modelo injusto onde a sociedade paga a fatura e poucos colhem os frutos. Forte economia de capitalistas do povo. Estamos a falar do uso indevido de Recursos Públicos, tiram benefícios da população para criar oportunidades de lucro fácil para privados sem contrapartida justa!
Isto é uma falsa Economia de Mercado (quando já não entra ninguém para proteger os estabelecidos), não há livre concorrência, são negócios para amigos. Estudado, não é corrupção e clientelismo? E anda o palhacinho a entreter os tapados com a culinária? Esta prática, contínua e sem emenda, mesmo visados pela Justiça, abre espaço para o favorecimento de grupos económicos e políticos, muitas vezes sem transparência e com contratos feitos à medida. Dúvidas. Depois do Hospital, o Golfe.
Não vai haver lucro e vamos sustentar, mas vamos pela teoria... Se a infraestrutura foi construída com dinheiro público, os lucros da exploração deveriam beneficiar o Estado e os cidadãos, seja por meio de tarifas mais baixas, reinvestimento ou compensações. Ouviram alguma coisa sobre isso?
Estamos num sistema podre que nos empobrece, o público paga e os amigos privados ganham. O Governo paga obras e faz contratos em favor dos amigos com cláusulas leoninas para eles. Fantástico, nem cláusulas de salvaguarda, garantindo que, se a empresa não cumprir suas obrigações, o bem retorna ao Estado
Haverá sempre uma maneira de custear a despesa eventual ou a derrapagem. Basta ver as figuras ao lado de Albuquerque ... e o histórico de outros campos e golfe. Se um governo age assim sem transparência e sem garantir benefícios à população, está a falhar no seu papel de gestor responsável dos recursos públicos.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
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