D ia 17 de fevereiro, a Praia Formosa voltou a dar uma pequena demonstração de força. O mar – generoso como sempre – decidiu avançar sobre a nova promenade, calhau incluído, lembrando-nos que certas construções à beira-mar podem ter um futuro... digamos, efémero.
Curiosamente, este pequeno episódio acontece precisamente onde o grupo Pestana e o CR7 pretendem erguer mais um “projeto de excelência”, destruindo um dos últimos pedaços de natureza costeira ainda livres na zona. Mas não há motivo para alarme! Afinal, o histórico de obras da orla marítima na Madeira é impecável. Ou será que já nos esquecemos da Marina do Lugar de Baixo? Sim, aquela que foi construída a desafiar o mar e que, como esperado por qualquer pessoa com um mínimo de bom senso (ou um mapa das correntes marítimas), acabou repetidamente destruída.
A questão que se impõe é: será que a Câmara do Funchal e os promotores deste projeto aprenderam alguma coisa com os erros do passado? Ou vamos insistir na velha máxima madeirense de construir primeiro e remediar (com dinheiro público) depois?
O degelo da Antártida já está em curso e a subida do nível do mar é uma realidade inegável – bem, pelo menos para quem lê algo além de relatórios de impacto ambiental encomendados sob medida. Mas talvez o engenheiro das grandes obras da Câmara, o nosso estimado Joãozinho, tenha uma solução inovadora para travar a força da natureza. Quiçá um muro de betão mágico? Ou uma “requalificação sustentável” que envolva mais cimento, menos calhau e algumas palmeiras decorativas?
Fico a aguardar, com grande curiosidade, um esclarecimento sobre como se pretende contrariar a força do oceano sem cair na repetição dos mesmos erros do passado. Até lá, resta-nos observar a paciência do mar – que pode ser longa, mas nunca infinita.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
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