Hino aos retalhistas do passado. Esses sim eram empresários!


Sou de um tempo em que os retalhistas da Madeira investiam em stock

N o passado, os retalhistas tradicionais operavam com um modelo de negócio baseado em stocks físicos. As lojas investiam antecipadamente na compra de produtos, armazenavam-nos e disponibilizavam-nos imediatamente para os clientes. O consumidor entrava na loja, escolhia o que queria e saía com o produto na mão. Esse modelo, apesar de exigir grande investimento em inventário e espaço de armazenamento, oferecia imediatismo e segurança ao cliente, que sabia exatamente o que estava a comprar e não precisava esperar. Material na mão, sem surpresas e dinheiro no outro. O serviço também era outro.

Chegaram as "grandes" empresas e fecharam o retalho local.

Hoje, muitas empresas adotaram um modelo diferente, onde trabalham com o dinheiro do cliente antes de adquirirem ou fabricarem o produto. O cliente faz a compra, paga antecipadamente, e só então a empresa encomenda a mercadoria ao fornecedor ou inicia a sua produção. Esse modelo, conhecido como just-in-time ou produção sob encomenda, minimiza custos operacionais e evita stocks parados, mas transfere o risco e o tempo de espera para o consumidor. O cliente paga logo e depois começam as surpresas, até das fotografias não serem bem o que chega.

O problema surge quando essas empresas não são transparentes sobre os prazos ou quando há atrasos inesperados. Muitas vezes, o cliente é seduzido por campanhas de marketing agressivas, sem perceber que sua encomenda ainda nem existe no momento da compra. Enquanto isso, a empresa usa o fluxo de caixa gerado para financiar suas operações, muitas vezes sem qualquer urgência em entregar rapidamente o produto.

Se no passado o consumidor tinha a garantia do stock imediato, hoje precisa lidar com incertezas e longos períodos de espera. A eficiência logística e a tecnologia tentam compensar isso com rastreamento e comunicação, mas a realidade é que muitos clientes acabam frustrados, sentindo-se mais investidores do que compradores. O consumidor é o banco do fornecedor. Isto é desonesto e fazem duas vezes negócio connosco.

Não estou a falar de empresas online, estou a falar de empresas físicas sem stock na Madeira.

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