O Caos da Urgência!


A situação de “caos” nas urgências do Hospital Nélio Mendonça, tem uma génese e, essa origem, está na filosofia organizacional do SESARAM, em que o denominador comum é o “caos”. Situações caóticas, são normais, porque a normalidade é “gestão em cima do joelho” ou a reação em cima do acontecimento.

Fazem-se obras na saúde, nos hospitais, compram-se equipamentos, contratam-se profissionais, investem em sistemas informáticos, tudo focado, nunca no utente, nem em facilitar ou agilizar o trabalho, mas sim em fazer chegar lucro a grupos devidamente organizados para o efeito.

A saúde e segundo seu secretário, um dos indiciados, gastou desde 2016/24,  cerca de 4 mil milhões de euros. Onde gastaram tanto dinheiro? Dava para 4 hospitais universitários e internacionais.

Gastaram no bloco operatório, gastaram no bloco de cirurgia do ambulatório, gastaram nas urgências e têm intenção de gastar mais, nas urgências, mas onde e para quê? O plano é a obra e o gasto ou ser útil e bem pensado? O que sabemos é que gastam e gastam aos milhares porque a saúde é como um tema que acham que as pessoas não aceitam debate, mas o que não se sabe são os grupos beneficiários que ganham esses milhões na saúde, entretanto, mantendo-se o caos. Existe obras mas não a solução dos problemas, está à vista de todos.

Fazem obras, transformam qualquer esquina em enfermaria, o foco é onde se pode meter mais uma cama, o foco na eficiência e na eficácia isso não interessa.

Em termos de arquitetura hospitalar e de uma urgência com situações de emergência, é uma pobreza de projecto, pois passar com uma cama num corredor da urgência, o pessoal tem de ser piloto e ter co-piloto. As urgências parecem serviços públicos com muitos compartimentos importantes para tachos.

Temos internamentos em corredores e esquinas da urgência, pasme-se, até com rampas de oxigénio montadas em corredores de acesso a elevadores. Ninguém trava para pensar?

São as altas problemáticas 232 ou mais, almas abandonadas e sem responsáveis a serem chamados para assumir o abandono, a despesa pós alta e o caos provocado por terceiros responsáveis por essas almas: o Conselho Administração é neste particular de uma incompetência infantil.

Expliquem como permanecem utentes há 4 anos a residir no Hospital Nélio Mendonça, em situação de “alta”. Expliquem como há internamentos de propósito, para o HNM assumir a condição de alta problemática mas, numa semana, o utente transita para uma unidade pública, que raramente tem vaga! Pergunta-se quem gere as vagas e as respectivas cunhas?

O caos no Hospital Nélio Mendonça deriva de muita incompetência e demasiada ausência de quem devia, no intermédio, gerir e administrar, e então as direções médicas de serviço, ganham neste particular de marasmo e desinteresse, o Oscar no melhor desempenho.

Não falta pessoal para fazer auditorias, mas as fazem onde não se possa apontar culpados ao caos, onde até existe a negligência na saúde, no atendimento, e o caos serve como desculpa até atenuante grosseiro.

Não faltam médicos, aliás eles estão em maioria, não nos serviços, nem na urgência, nem nas consultas, agora no refeitório encontramos muitos e quase todos, sem pressa para voltar ao trabalho, assim como alguns entram para 8 horas, pontuais à entrada e à saída, mas onde alguns vão almocar e não voltam. Para as prevenções e os programas extra de trabalho sim cumprem, porque são pagos para isso. Auditorias sobre todas estas situações não existem.

O caos é também alimentado por alguns que julgam que basta uma camisola amarela para mandar, desmandar e fazer o que lhes dá na telha, porque são muito poucos os que batem o pé e os colocam no seu lugar. Em casa que todos mandam, todos ralham e ninguém tem razão.

E assim o serviço de urgência fica com doentes 3, 4, 5, 6 dias em macas, porque não existem camas nos serviços e os serviços precisam de gerir as suas listas cirúrgicas, porque ainda existe gente responsável.

Mas o caos também alimenta a privada, com alguns clientes que, no seu desespero e sem opções, se socorrem-se da mesma. A mesma privada que os despacha para o setor público, quando se aproxima prejuízo e o cliente perde capacidade de continuar a pagar.

A realidade do SRS/RAM é esta e até bem pior, o sistema ainda funciona para bem do utente pelo esforço altruísta de muitos profissionais, que tapam buracos e compõem o ramalhete, é o caos disciplinado a funcionar, para alegria de alguns.

O que tem de aumentar é a denuncia das irregularidades, nos sítios certos, se necessário com recurso ao Ministério Público.

E a Madeira é um bailinho.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 5 de março de 2025
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