A campanha eleitoral prossegue ...


N os intervalos das campanhas e eleições temos um ambiente caracterizado por um sistema de manipulação cultural e mediática, um "meio pequeno" (talvez em dimensão ou em espírito) que se estrutura para criar ídolos descartáveis ("falsas estrelas"), fabricar narrativas e "factos" enviesados, oferecer distrações em massa (entretenimento fútil, pão e circo)

Saturar as redes sociais com conteúdo de fácil digestão, mas pouca profundidade para entorpecer o senso crítico da população, "acontece" sempre algo em campanha e as mentes saltitam de entretenimento em entretenimento.

Tudo isto serve para embrutecer as pessoas, piro são aqueles que querem ser brutos. Este ambiente desincentiva a busca por conhecimento real, pela reflexão ou leitura séria. Em termos mais conceituais, este ambiente pode ser visto como um ecossistema de distração e controle, onde a cultura se torna superficial, sensacionalista e instantânea. É uma cultura do espetáculo, como dizia o filósofo Guy Debord, em que:

O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.

Este sintoma pode ser identificado no ambiente que se vive através das celebridades sem obra ou mérito real, criam-se factos virais sem verificação ou contexto, se pegar deixa-se... A vida dos madeirenses é um zapping com doses massivas de conteúdo inútil nas redes, vídeos de 10 segundos, polémicas vazias, fotografias, o culto do “sentir” em vez do “pensar”

Assim e cria o que importa, o desinteresse generalizado pela política séria (é ver a campanha o que foi), a diabolização da leitura, da complexidade, do silêncio, o caminho para um povo mais distraído que oprimido, mas igualmente manipulável.

O poder perpetua-se, dizem que em estabilidade sem a generalidade do povo a olhar para si. As massas ficam "cansadas" (termo chave que até a Igreja usou, aquela que por estes dias recebe obras e intenções delas, o pagamento) para pensar, preguiçosas para questionar e desinteressadas para transformar. E assim, os problemas reais, a desigualdade, a corrupção, a crise climática, a erosão democrática, o excesso de turismo e alojamento local, saúde, etc, seguem ocultos sob uma avalanche de distrações brilhantes.

O problema da Madeira é o madeirense e não o sistema, foi visto nestas eleições. A larga maioria da oposição também é um problema, há gente falsa a lucrar com o regime e quer subsídios (andam a ser promovidos pela comunicação social para que o GR compre). Há partidos que só querem empregos, não responsabilidades. Estão permanentemente enrolados pela estratégia do partido dominante, a agência de comunicação social e a agência de propaganda. Deixam porque têm uma estratégia do quanto baste. Ninguém, na situação em que o partido dominante estava, aceita a miserável campanha do líder da oposição, até ao início da noite eleitoral.

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