A América já não gosta de turismo e
alimenta as narrativas com maus tratos aos turistas.
A lgumas companhias aéreas aflitas e agências de incoming nos Estados Unidos, estão a inundar o mercado com propostas tentadoras de férias para terras do Tio Trump. Não vá para os Estados Unidos, nem de férias nem para trabalho, a desordem e o livre arbítrio é tal que primeiro executam e depois vão ver, se tiver sorte, da justiça ou não. Há casos recentes para ver na TV.
Os Tribunais nos Estados Unidos não estão a conseguir lidar com a administração Trump que enfrenta e distorce as leis, elimina juízes, encerra instituições e autoridades que poderiam valer os cidadãos. A atualidade atual dos Estados Unidos, se não é fascismo ensinem-me palavra mais adequada, não sou um comuna com a tirada sempre na boca, estou na área do turismo e é um bom conselho que estou a dar.
O endurecimento do combate à imigração ilegal, promovido por Donald Trump, justifica os maus tratos a quem entra nos EUA, todos são potencial ameaça e tratados como tal. Uma crítica numa rede social é suficiente para ser persona non grata, basta ver o caso do cientista francês (link), preso e impedido de entrar nos Estados Unidos, porque os agentes da imigração encontraram mensagens no telemóvel do senhor, suficientes para o mandar para trás. Fique ciente de que a passagem pelos controlos do aeroporto deixaram de ser um pró-forma, agora até o seu telemóvel vasculham e podem ficar com ele como prova.
A fiscalização intensa em aeroportos e fronteiras, com entrevistas mais invasivas e buscas detalhadas, inclusive em dispositivos eletrónicos é real, assim como a vulgarização da negação de entrada por motivos vagos ou subjetivos, como suspeitas infundadas de intenção de imigrar ilegalmente, ou até por opiniões políticas.
Deve perceber que o tratamento aos turistas é de suspeitos à partida, já não depende do humor e personalidade do agente, agora todos são intragáveis e se você se manifesta ainda é pior, houve casos documentados de turistas que foram detidos, interrogados por horas, deportados ou tiveram seus vistos cancelados na entrada por motivos pouco claros. Nalguns casos, envolviam publicações nas redes sociais interpretadas com críticas aos EUA (nesta altura, qualquer um cai nesta), participação prévia em manifestações ou vínculos com movimentos ativistas (mesmo pacíficos). Os perfis raciais ou étnicos são desproporcionalmente visados, principalmente muçulmanos, latinos, africanos ou pessoas com nomes “suspeitos” aos olhos das autoridades. Se o sobrenome não lhes cai bem, ou até a sua fisionomia, pode ter problemas.
Entenda também o clima por trás desta gente que o atende, muitas vezes você vai se sentir deslocado. O clima hostil e de criminalização do estrangeiro é real, o americano pensa que é o El Dorado e que quem vem de fora é para furtar, praticar crimes ou usufruir de algo. Mesmo para quem entra legalmente, e cada Estado é um caso, o ambiente nalguns deles pode ser desconfortável. Não pense que os Estados democratas são melhores. Há leis estaduais que permitem parar e interrogar pessoas apenas por “suspeita” de estarem ilegais (ad-hoc). Há um crescimento dos discursos xenófobos por parte de autoridades locais, um claro sintoma de fascismo. Os ataques verbais ou físicos a estrangeiros aumentaram nas áreas mais polarizadas politicamente.
Se você é daqueles que pensa e diz o que pensa, os Estados Unidos são de evitar. Há riscos para os críticos políticos. Os EUA da tradição de liberdade de expressão, está a acabar (até para o jornalismo) e essa proteção nem sempre se aplica a estrangeiros, principalmente se forem vistos como críticos ou “ameaças” à segurança, leia de facto ... Trump. Certos perfis, racializados, ativistas, jornalistas, ou mesmo turistas críticos do governo americano estão na mira, e repare que uma simples frase numa publicação é suficiente, apesar das barbaridades que se cometem na atualidade e que chegaram à perseguição de juízes.
Estime a Europa e não permita o mesmo nela. Já agora estime o Madeira Opina, sem nome não o acusam! Quem tempos vivemos! E por favor, países e empresas da Europa, não cedam às cartas de Trump para alinhar com ele.
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