O PAN queixa-se do Lar da Bela Vista, não é primeira vez, mas todos se queixam, apesar das ameaças daquela senhora com tribunais por difamação (típica do regime) que se calhar percebeu que vinha para tosquiar e ia sair tosquiada, porque o passado mata a credibilidade. O PAN também aborda os partos, está a tentar fazer caminho. Mas o que me traz aqui é perceber se o PAN entendeu a lição ou se vai continuar a apostar em ser satélite do PSD, se possível. Para as legislativas nacionais as coisas não estão risonhas e o partido arrisca-se a ficar de fora
O que me traz aqui é um ponto essencial da vida democrática: a responsabilidade política pelos atos passados e o preço da incoerência. Antes de mais passos na política, o PAN que pense se vai ter amnésia política, existe um preço para a cumplicidade. Há partidos que, durante algum tempo, serviram de muleta para regimes corruptos. Fizeram parte da engrenagem, por ação ou omissão. Viabilizaram orçamentos, protegeram líderes, silenciaram escândalos, e sempre com um sorriso e um discurso de “estabilidade” ou “responsabilidade institucional”. A "responsabilidade" maquilha tudo.
Depois de varridos pelas urnas, espera-se pelo menos o ensaio de uma espécie de purificação tardia. Pergunta legítima, porque estamos cansados de partidos que se transformam, se o que dizem agora é para acreditar… então o que disseram antes era mentira? Ou eram cúmplices conscientes? Eu gostava muito de perceber se continuam a favor do Teleférico do Curral das Freiras e do Caminho das Ginjas.
O eleitor não é tolo. Pode perdoar um erro, mas não perdoa quem se finge de novo. Quem muda de máscara sem mudar de essência. Estar fora do parlamento não transforma o PAN automaticamente em faróis de lucidez, pode ser apenas o eco do oportunismo em modo de sobrevivência.
A democracia castiga a incoerência. É preciso limpar e manter.
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