O bispo, pequeno Napoleão.


D izem que mais vale tarde que nunca. No caso devemos dizer que vem tarde e descontextualizado, porque, o bispo da Madeira teve muitas oportunidades para denunciar a corrupção e exaltar a honestidade, mas como um rato manhoso, nunca o fez quando se tratou dos governantes da Madeira.

Pelo contrário, juntou-se a eles para conviver e de forma camuflada lá foi reclamando o dinheiro que faltaria às instituições da igreja do erário público se não houvesse ou tardasse orçamento regional. Mostrou-se várias vezes cansado de eleições e só faltou mandar os padres apelarem ao voto no PSD em público, porque em privado deve tê-lo feito seguramente.

O Cerejeira ditador, cansado de eleições, acordou e vozeou que há corrupção e políticos que não são honestos lá no Continente. Deve ser verdade esta denúncia, mas ganharia autenticidade se fosse pronunciada por alguém exímio na matéria. Coisa que este pequenino bispo não é.

Ora vejamos, anda a desbaratar património da diocese (antigo Seminário da Encarnação e Terrenos na Encosta contígua à Capela de São João), vindo de ofertas e doações de abastados e abastadas do antigamente que depois de explorarem os vilões e viloas achavam que compravam um pedaço de céu dando ao bispo o património que «surripiaram» aos pobres coitados da Madeira, condenados a viverem em tugúrios, passar fome e trabalhar de sol a sol para os senhorios insaciáveis dominadores deste pedaço de terra íngreme no meio do Atlântico.

Face ao exposto este malabarista da religião católica da Madeira, considera-se senhor todo poderoso, qual Napoleão Bonaparte, que chegando ao seu medíocre império, usa e abusa sem considerar os interesses comuns nem respeitar as pessoas. Está a vender património, renegociar rendas como se tratasse de um comerciante a mando da metrópole para enganar os tolos e ignorantes dos ilhéus.

O poder que considera possuir legitima-lhe a prosápia para não prestar contas a ninguém. Ainda assim, pavoneia-se na cidade em procissões e cerimónias na Sé como se fosse o rei Bokassa, armado de trapos luxuosos inúteis dos pés à cabeça, dando uma imagem de uma igreja que não existe, retomada da glória mediável. Anda rodeado de meia dúzia de lambe botas, sem cérebro, que lhe abanam a cabeça a tudo, até mesmo perante os piores disparates.

Não é por acaso que dizem prá aí que alguns patos bravos do alto negócio da Madeira de hoje, andam a gabar-se à boca cheia que têm tido «prazer em enganar os padres» face aos negócios ruinosos para a diocese.

Face ao exposto, considere-se que, para falar de corrupção é preciso não ser corrupto. Para falar de democracia é preciso ser democrata. Para falar de honestidade é preciso ser honesto. Para falar de transparência é preciso ser transparente. Para falar de humildade é preciso ser humilde. Para falar de amor é preciso saber do que se trata isso. Para falar de evangelização é preciso ser evangelizador. Para falar de respeito é preciso dar-se ao respeito…

Um rol de coisas que mereciam um debate sério. Porque mal andamos diante de líder que nos impõe que soam incompetência por aqueles pescoços afogueados abaixo. São mentirosos com quantos dentes têm na boca e malabaristas perspicazes da falcatrua com os bens que não são seus, mas da sociedade em geral.

Contenham-se, para que não se sujeitem a que vos considerem a toda a hora farinha do mesmo saco.

Manuel Barros

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