S ubitamente, do céu na terra, antes das eleições, damos passo às nódoas no idílico, até parece que o Cunha Vaz tem uma extensão no contrato, aquele de fazer eleger Albuquerque, mas que agora obriga a recuperar a imagem daqueles que se ajoelharam para a eleição do fugitivo de arguido com 8 acusações. Os jornais agora competem com o Madeira Opina, felizmente que são livres todo o ano. O bispo também parece que está na fase de recuperar a imagem, será que o contrato chega para o PAN, o Manuel António ou aquele triste do Francisco Santos? Mário Gouveia é caso perdido.
O Cunha Vaz poderia aconselhar nem dar posse ao Eduardo Jesus, porque mais 4 anos de caos com a sua pandilha, nas próximas Regionais, pode ter que inserir uma cláusula leonina de que não faz milagres com merceeiros de Turismo. Políticas? Foi só encher. Só falta o jornalismo dizer que agora sim há overtourism, massificação, rent-a-cars a mais, e que os turistas não vão todos ao mesmo tempo para os mesmos lugares, HÁ DEMASIADOS E NÃO HÁ FORMA DE ORGANIZAR, nem pagando à UMa.
Já agora, quero dizer que há mais um problema, típico da massificação, desta feita na cultura, tal como já vimos na BTL. A massificação do turismo costuma ter impactos profundos na cultura e na música da região atingida. Isso está estudado e na Madeira não é diferente. As tradições culturais tornam-se performances para agradar turistas, perdendo o seu significado autêntico. A cultura passa a ser exibida em horários fixos, com figurinos e encenações pré-fabricadas. Existe padronização, contratos da massificação, as manifestações culturais são ajustadas para se tornarem mais “consumíveis” e menos desafiadoras ou complexas. Resulta numa oferta cultural homogénea, mais parecida com outras zonas turísticas. Assim se perde o genuíno que deu fama.
O madeirense queixa-se de ter perdido a Madeira, ainda não acabou a espiral. Há deslocamento da vida local, os madeirenses "desamparam a loja", as festividades deixam de ser feitas para a comunidade e passam a ser feitas para o turista. A população local começa a sentir-se figurante dentro da sua própria identidade. Por aqui me fico, se não corrigirem, porque vão perceber que as pessoas se dão conta, escrevo de novo com nomes, já aviso o Madeira Opina que vai haver nomes para o assunto.
Muitos turistas, comercialização excessiva, logo China. Tudo se torna souvenir mesmo que não tenha nada a ver connosco.
Na música assistimos à simplificação estética, os ritmos tradicionais são “aligeirados” para se tornarem mais agradáveis ao ouvido estrangeiro. A música perde camadas, densidade e contexto. É preciso simplificar para servir muitos. Assistimos à substituição por música genérica, em bares e eventos, o tradicional é trocado por música internacional ou genérica que “agrada a todos”, algumas vezes impostas por operadores turísticos para satisfação do cliente. Tenho visto textos a explicar o que se passa na hotelaria com os artistas, mas olhem que os músicos locais vão se tornar figurantes, passam a tocar o que “os turistas querem ouvir”, deixando de expressar de forma genuína.
Os espaços castiços desta terra, o "cosi", os espaços autênticos estão condenados ao desaparecimento, espaços da bebida genuína, onde se ouvia música tradicional ou se criava cultura espontaneamente dão lugar a zonas “instagramáveis” ou a espaços de consumo rápido, "grandes superfícies".... como já aconteceu com a espetada...
O overtourism esvazia o conteúdo e preenche com uma versão light e vendável, capaz de dar resposta a tanta gente e acabando numa caricatura do genuíno.
Que gozo, os que acusavam os más línguas ganharam, mas querem voltar à verdade. Participaram na campanha eleitoral. A vitória é uma burla.
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