Escândalo na Ribeira Brava


Ricardo Nascimento agarra-se ao poder com unhas, dentes… e até sem vergonha.

A política local na Ribeira Brava parece mais uma novela mexicana do que um exercício democrático. Depois de sugar até à última gota os três mandatos como presidente da Câmara, Ricardo Nascimento viu-se obrigado – por lei, não por vontade própria – a largar a cadeira que tanto acarinhou. Mas, ao que parece, não está pronto para dizer adeus ao sabor doce do poder.

Com o limite dos mandatos a bater-lhe à porta, o plano inicial parecia simples: encaixar-se confortavelmente na lista do vice-presidente Jorge como presidente da Assembleia Municipal. O problema? O PSD, que aparentemente ainda manda alguma coisa, decidiu que a cabeça de lista à Assembleia seria a deputada Clara Tiago. Foi aí que Ricardo, num rasgo de humildade (ou falta dela), decidiu bater com a porta.

Indignado por lhe terem tirado o brinquedo, resolveu virar o tabuleiro: agora, apoia Marco Martins, atual presidente de junta, ex-CDS, ex-equipa de Ricardo, e que muitos descrevem como um pequeno ditador em formato concelhio. Um homem que, outrora, marchava fiel ao lado do ex-presidente, mas que agora acha que o movimento “Ribeira Brava em Primeiro” – criado com um propósito coletivo – serve perfeitamente para a sua ambição pessoal.

E qual é a cereja no topo deste bolo político azedo? Ricardo Nascimento, que tanto se orgulhava de “servir o povo”, afinal quer é continuar a servir-se dele. Vai candidatar-se como presidente da Assembleia Municipal… mas desta vez na lista do seu novo “amigo de conveniência”, Marco Martins.

Se a coerência fosse moeda corrente, este mercado político estava na bancarrota há muito tempo.

O que estamos a ver é um autêntico leilão de lugares e cargos, onde os ideais e os valores são moeda de troca de ocasião. Hoje são rivais, amanhã são aliados. O que importa é manter o prato cheio – porque largar a mama, ao que parece, é coisa para quem tem coluna vertebral.

Enquanto os cidadãos esperam propostas sérias e visões para o futuro da Ribeira Brava, os protagonistas desta novela preocupam-se mais com cadeiras e títulos do que com o bem-estar da população. É a velha política do “eu primeiro” mascarada de serviço público.

E assim, a Ribeira Brava prepara-se para mais uma campanha onde os discursos serão cheios de promessas bonitas, mas o enredo de bastidores mostra que, para alguns, o único compromisso é com o próprio umbigo.

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