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L embro-me de alguns textos interessantes que saíram no Correio da Madeira/Madeira Opina sobre o aquecimento da água do mar na nossa zona que pode divergir furacões para a Madeira, Açores e até Europa. É curioso o que algumas notícias sugerem, a necessidade que demonstram.
Saiu uma notícia no JM informando que Portugal se juntou ao Comité de Furacões da Organização Meteorológica Mundial (OMM), a pedido do IPMA, parece estar alinhado com as preocupações sobre o aquecimento das águas e os seus efeitos narrados no CM/MO.
A entrada de Portugal neste comité, que abrange uma região geograficamente distante da América do Norte, Central e Caraíbas, não é uma coincidência. Sugere uma mudança na perceção da ameaça dos fenómenos tropicais. Em vez de os ver como algo que acontece longe, o IPMA reconhece que Portugal está cada vez mais exposto a estes fenómenos. A menção explícita à "dinâmica dos sistemas tropicais no Atlântico" aponta para o facto de que as trajetórias dos furacões e tempestades tropicais estão a mudar, e a sua influência pode estender-se até à nossa costa e, especialmente, à Madeira e aos Açores.
O aumento da temperatura das águas do oceano é o "combustível" dos furacões. Águas mais quentes no Atlântico fornecem mais energia para que as tempestades se formem, se intensifiquem e, potencialmente, sigam rotas menos comuns, como em direção à Europa. Os especialistas têm vaticinado há anos que o aquecimento global levaria a um aumento na frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos extremos, e esta notícia do IPMA parece ser uma confirmação prática de que essa previsão está a ser levada muito a sério a nível oficial. Felizmente.
Não vai evitar nada, mas assim não são só os louquinhos e os más línguas da Opinião Pública que o dizem. Lembro-me há uns anos atrás, em conversas, ter perguntado a alguns pilotos se não sentem a turbulência a aumentar nas viagens de avião. Comercialmente disseram-me que não, mas poucos anos depois vieram as notícias, os casos e o nosso aeroporto está comprometido pelos ventos a ter como normal a inoperacionalidade. Algo mudou, quem o diz é a frequência.
A integração de Portugal neste comité mostra que as instituições nacionais estão a preparar-se para um cenário onde os furacões e os seus resquícios se tornam uma ameaça mais recorrente e direta. Permite que o IPMA tenha acesso direto e prioritário a informações e alertas sobre furacões, facilitando a tomada de decisões e a emissão de avisos à população com mais antecedência e precisão. Não vamos só beber informação, assim fortalece a colaboração com os países mais expostos a estes fenómenos, permitindo a partilha de conhecimento e melhores práticas. Portugal tem como colaborar com a contribuição da rede de observação portuguesa, incluindo os radares dos Açores e Madeira, ajuda a complementar o sistema de monitorização existente. Em troca, Portugal beneficia dos modelos de previsão e da experiência dos outros membros do comité.
Nada como estar avisado o mais cedo possível. Não resisto em dizer que finalmente somos tropicais como o nosso secretário gosta, ele parece estar em tudo o que muda para pior na Madeira, quando sempre vendemos amenidade na Pérola do Atlântico, o problema é o que vem atrás... Aguardo pelo acerto da Madeira a fornecer elementos, mas também para a mudança atempada de hábitos, pouco madeirenses viveram um furacão.
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