A nova equipa reitoral da Universidade da Madeira


Transformar ou extinguir, eis a questão!

Caros estudantes, professores e restantes sobreviventes académicos da Universidade da Madeira.

É com enorme entusiasmo que observamos a nova equipa reitoral da nossa prestigiada universidade! Esta equipa tem uma missão clara, ou transformar a UMa numa escola profissional de referência ou, quem sabe, levá-la gentilmente ao seu derradeiro fim.

Ora, vejamos, a equipa está impecavelmente alinhada, de capas esvoaçantes e medalhões ao peito, como se se preparassem para um ritual académico antigo. Talvez estejam mesmo a invocar os espíritos dos cursos extintos…

Na Madeira, dizem que as tradições são para manter. E nada mais tradicional na UMa do que reinventar o conceito de ensino superior! A nova equipa reitoral promete fazer o impossível, unir o ensino académico à prática profissional... só que talvez na versão “quanto menos teóricos, melhor”. Quem sabe, daqui a uns anos, a UMa seja conhecida como a “Grande Escola Profissional da Madeira” – com cursos práticos em como sobreviver com um salário mínimo ou workshops sobre conciliar três empregos e a carreira académica.

E que tal uma formação intensiva em “Gestão de Recursos Escassos”?

Também se fala em criar um novo mestrado em “Sobrevivência Universitária”, onde os estudantes aprenderão a equilibrar propinas, trabalhos precários e esperança no futuro.

Mas atenção, o plano não é extinguir diretamente a universidade, é apenas modernizá-la até ao ponto em que ninguém mais se lembre que já foi uma universidade. Será uma transição suave, de centro académico para centro de formação técnica, com direito a práticas profissionais no café mais próximo e estágios curriculares na caixa de supermercado local.

E como qualquer equipa reitoral que se preze, vão investir em comunicação. Para quê? Para garantir que ninguém perceba muito bem o que realmente está a acontecer, enquanto os cursos vão sendo reduzidos e as licenciaturas encurtadas, talvez para caberem numa aula só, com pausa para café e tudo.

Portanto, colegas académicos, não desesperem. A UMa está em boas mãos. Se o plano A falhar (preservar a dignidade académica), pelo menos há o plano B, tornar-se um exemplo de adaptação às circunstâncias insulares.

Resta-nos aguardar as próximas novidades com um misto de expectativa e nostalgia. Afinal, seja universidade ou escola profissional, o importante é mantermos o espírito de comunidade e continuarmos a lutar... pelo que ainda sobrar!

Os estudantes atentos.

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