A tática de apontar o dedo


Uma cortina de fumo para os próprios pecados

É uma tática antiga como o mundo e, infelizmente, tão comum quanto eficaz: falar incessantemente sobre os erros e falhas alheias para desviar o foco dos próprios "pecados". Seja na política, no trabalho, nas relações pessoais ou até nas redes sociais, a cortina de fumo da crítica e da fofoca é frequentemente levantada para ocultar as imperfeições que não queremos que sejam vistas.

Esta estratégia é, no fundo, um mecanismo de defesa. Ao projetar os defeitos e as culpas nos outros, a pessoa tenta aliviar o peso da sua própria consciência e a potencial vergonha de ser exposta. É mais fácil apontar o dedo do que fazer uma introspeção honesta e confrontar aspetos menos lisonjeiros da sua própria personalidade ou comportamento.

Por que esta tática funciona? Porque o ser humano por muito que negue gosta de fofoca e de banalidades.

Funciona porque, num mundo onde a atenção é um recurso escasso, a controvérsia e o escândalo são um chamariz poderoso. Ao criar um drama em torno dos outros, o "apontador de dedos" consegue capturar a atenção, deslocando o escrutínio de si mesmo. Além disso, ao descredibilizar os outros, tenta elevar a sua própria imagem por comparação, mesmo que essa elevação seja apenas uma ilusão.

As consequências de viver na sombra alheia.

No entanto, esta tática tem um custo elevado. Embora possa oferecer um alívio temporário, raramente leva a um crescimento pessoal genuíno. A pessoa fica presa num ciclo de negação e projeção, impedindo-se de aprender com os seus próprios erros e de se tornar uma versão melhor de si mesma. A longo prazo, esta postura mina a confiança nas relações e cria um ambiente de desconfiança e julgamento.

Em última análise, a tática de falar sobre os outros para não se olhar para os próprios pecados é uma fuga. É uma forma de adiar o inevitável confronto com o espelho, um confronto que, embora doloroso, é essencial para a verdadeira evolução e bem-estar.

Na Madeira o PSD é o mestre e já ensinou aos jornalistas como devem gerir as notícias em seu favor.

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