S e o Bugalho e o João Miguel Tavares estivessem na Madeira o que não diriam. Não pude deixar de rir com as comparações por razões óbvias... mas a frase encerra um debate relevante e provocador sobre o papel do jornalismo contemporâneo, tanto em Portugal em geral, como em regiões como a Madeira, onde as dinâmicas de poder, financiamento e liberdade editorial têm contornos muito particulares.
Quem traz esta gente à Madeira para um debate a sério? A situação na Madeira é de jornalismo sob pressão política e económica, a crítica de Tavares adquire contornos ainda mais sensíveis e ambíguos. Eles também são moralistas é têm a escola toda da ética da boca para fora, mas o jornalismo regional enfrenta uma dependência estrutural da publicidade institucional (governo regional, câmaras, empresas públicas), o que condiciona fortemente a liberdade editorial.
Há pressão política ativa, com casos públicos de tentativas de controlo, censura ou retaliação indireta a jornalistas ou redações que fazem perguntas incómodas. O acesso à informação nem sempre é transparente; há favorecimentos editoriais a órgãos mais "amigáveis".
Alguns meios e jornalistas tentam contrariar esta lógica, apostando em jornalismo crítico e de proximidade (ex: blogs independentes, crónicas de opinião, redes sociais), mas com poucos recursos e sem a proteção de grandes redações... opsss.
No contexto madeirense, o “jornalismo moralista” pode surgir não por vontade evangelizadora, mas por desespero ético face a uma realidade onde os canais tradicionais estão capturados ou silenciados.
O PSD está a cometer o mesmo erro de manter o sistema e abrir as portas ao Chega, deem graças a haver a interposição do JPP porque o PS é incorrigível. Acordem PSD, a oposição é necessária a funcionar.
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