Para não mudar as políticas e o modelo económico, que empobrecem os madeirenses, os culpados são os que produzem o relatório, garantidamente fiáveis, nada têm a ver com a estatísticas diluídas da DREM. O PSD manda há 50 anos, a pobreza é premeditada para os mesmos lucrarem, só que o seu tempo passou!
"Em geral, a desigualdade aumentou entre 2022 e 2023. Os Açores são a região com maior desigualdade, seguida da Área Metropolitana de Lisboa e da Madeira" (...) Em geral, a desigualdade aumentou entre 2022 e 2023. Os Açores são a região com maior desigualdade, seguida da Área Metropolitana de Lisboa e da Madeira. (...)
É uma farsa recorrente, mas que, na Madeira, atinge níveis de tragicomédia. O recente Relatório de Balanço Social 2024 vem, mais uma vez, desenhar um quadro sombrio da pobreza e desigualdade na região, colocando-a na segunda pior posição do país. E como reagem os governantes que há 50 anos detêm as rédeas do poder insular? Com a previsível coreografia do desnorte e da negação. è duro comprar tanto teatro e fantoches e se deparar com a verdade que não se pode evitar, porque não se controla.
Miguel Albuquerque, o Presidente do Governo Regional, surge com a soberba habitual, insurgindo-se contra os dados e atrevendo-se a sugerir que a Madeira deve ser avaliada pelo seu PIB 😂. Que ironia mordaz! Todos sabemos, ou deveríamos saber, que esse "PIB" madeirense é um balão insuflado pela artificialidade da Zona Franca e do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CNIM). Estamos a falar de um modelo que, na prática, permite a deslocalização de lucros e a otimização fiscal para grandes empresas, mas que se traduz em poucos ou nenhuns benefícios diretos para a esmagadora maioria da população madeirense. É um PIB que não reflete o bem-estar social, que não paga salários dignos, que não cria oportunidades qualificadas para a "massa cinzenta" que a ilha teimosamente continua a exportar. Comparar o PIB da Madeira, com a sua estrutura económica enviesada, com a realidade social da população é um exercício de ilusionismo que roça o insulto à inteligência dos madeirenses.
E por falar em malabarismos, temos a intervenção da secretária Paula Margarido. Diz ela que há "erros e lapsos" no relatório. É a clássica estratégia da negação. Quando os dados não convêm, descredibiliza-se a fonte. É mais fácil atacar o mensageiro do que enfrentar a mensagem. Seria de esperar que, ao fim de meio século de governação do PSD, com uma estabilidade política invejável (para eles, claro), houvesse uma autocrítica, uma análise séria das falhas. Mas não. A resposta é sempre a mesma: os relatórios estão errados, os critérios são inadequados, a culpa é dos outros.
A verdade nua e crua é que o modelo económico da Madeira, baseado na hotelaria e nas obras públicas, é um modelo estagnado, que há décadas se revela incapaz de gerar riqueza equitativa e de fixar talentos. Enquanto se constroem mais hotéis e se inauguram mais rotundas, a pobreza persiste, a desigualdade aumenta e os jovens mais qualificados continuam a ter de emigrar para encontrar um futuro. Este modelo cria empregos de baixa qualificação e salários, fomentando um ciclo vicioso de dependência e precariedade.
Albuquerque não governa para os madeirenses.
Por mais que negue, desvalorize e silencie plataformas.
É profundamente lamentável que, perante resultados tão evidentes de uma governação prolongada, meio século, que falhou em resolver problemas sociais estruturais, estes governantes persistam na ilusão. A sua retórica de "tudo está bem" e de "os outros é que estão errados" é um sinal preocupante de arrogância e de desconexão com a realidade sentida por milhares de madeirenses. Em vez de uma autocrítica construtiva e de uma mudança de rumo urgente, assistimos a uma tentativa desesperada de branquear uma situação social que é, ela sim, um erro crasso e um lapso de décadas.
A Madeira merece mais do que esta negação e auto-complacência. Merece líderes que enfrentem os desafios com honestidade, que promovam um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo e que deixem de iludir as pessoas com a "inflação" de um PIB que não chega à mesa de quem mais precisa. Cinquenta anos é tempo mais do que suficiente para se fazer um balanço honesto e reconhecer que o caminho escolhido, por muito que se mude a "orgânica" ou se negue a realidade, está a conduzir a ilha à pobreza e à desigualdade.
Os "controlados" da SEDES e os diluídos da DREM que produzam um cenário surrealista para a bolha em que Albuquerque e Margarido vivem, longe de supermercados exorbitantes, habitação galáctica, Saúde paga na privada para a doença não nos ultrapassar, custo de vida arrasador para os vencimentos auferidos pelos madeirenses, catapultados por estrangeiros e turistas que enriquecem, adivinhem ... hotelaria e obras.
Albuquerque não governa para madeirenses, o relatório é a dura realidade. O relatório e um vídeo:
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