A semana de "virar" o Bruno?



Edição “Jornalismo com GPS Partidário”

D urante dias, a comunicação social amiga do PSD andou numa missão nobre: linchar politicamente com a Élia Ascensão. O Élvio Sousa foi transformado pela imprensa “imparcial” no Darth Vader de Santa Cruz, e a Élia Ascensão na Leia. A decisão foi quase uma traição cósmica por não aparecer numa lista do agrado do PSD, sim porque o PSD só quer o bem da JPP 😁. Vai daí lança uma campanha no bom sentido, para ter a melhor candidata da JPP a disputar com o Savino.

Qual o crime? Não ser principal candidata da lista e não, por exemplo, estar no altar do Largo do Pelourinho.

A sentença? Notícia atrás de notícia, título atrás de título, tudo temperado com as palavras certas: “divisão”, “rebelião”, “traição”, “desalinhamento”, “fim de linha”, o dicionário que não existe para o PSD em sítio algum, nas internas do PSD, em São Vicente, na Ribeira Brava...

A vinte minutos de distância, se a Via Rápida estiver desimpedida de mobília, a mesma situação é reportada com Bruno Pereira, também não vai na lista, o vice-presidente da câmara do Funchal, com selo PSD/CDS e outros tais, que se estão a RIR por destruir um partido mas salvar o coiro, está impávido e sereno, boa gente, não tem indignação.

Não entendo porque o mesmo caso no masculino não tem a mesma cobertura. Bruno não divide. Bruno “enriquece o debate”. Bruno não trai. Bruno “projeta alternativas”. Vai até ao fim e acelera as obras de campanha.

Élia foi queimada em praça pública. Usada. Bruno é promovido a herói local. Poupado. Coitado nem teve uma sondagem maquiavélica online. 🐐

Se isto fosse um teatro, o título era simples: “A Duplicidade das Canetas" ou "Crónicas de uma Redação Comando”. Os moinas verdes.

Esta semana bem poderiam ter outro desafio, não virar a Élia contra o JPP, já gastaram essa novela paralelamente que a idoneidade jornalística vai por água abaixo, mas sim virar o Bruno, para alourar e dar umas pinceladas de molho, em lume brando para ganhar sabor e passar na censura.

Agora, que tal virar o Bruno? Já não existe jornalismo de textos truncados e com bússola moral, calibrada ao sabor do partido. Vamos Bruno: “Rebelião! Golpe! Lista paralela! Drama!”

O Jornalismo só se indigna com quem não os serve.

Eu cá acho que a JPP está a limpar toupeiras e o jornalismo de toupeiras (link) que já fez mossa no PS está a ser limpo. Agora, se a Élia for inteligente salva-se das toupeiras, vê a instrumentalização do caso e sai por cima, na JPP. Porque tem valor.

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