No partido dos "ajustes diretos", abre-se "concurso público" para candidato em Santa Cruz


Link da Notícia

O lá a todos, primeiro quero felicitar pela existência do site, para se falar tranquilo, abordar com seriedade e fugir daquele horrorosos textos dos jornais que não querem dizer nada mas servir de escaparate de interesseiros, na maioria. Continua a crescer as perseguições, são mais necessários do que nunca. Há um jornalista que diz umas verdades nas redes sociais que está na mira do poder, que tenha cuidado. Só é jornalista respeitado o que está ao lado do poder.

Vi a felicidade de alguns JPPs nesta manhã com a desistência de Savino, em abono da verdade era mais do mesmo e se calhar deveriam estar felizes por ser candidato, o PSD não tem soluções. O Miguel Albuquerque só angaria do "curral" da Renovação, o que nada tem a ver com os quadros do PSD (daqui nasceu a caquistocracia). Agora, com a degradante busca de candidato, parece que lançam um concurso público, o que tem piada num governo de ajuste direto e de um Albuquerque que não respeita nada nas escolhas, um engodo à Élia.

A senhora tem o seu momento de demonstrar a sua categoria, que pense bem no passo que vai dar e que olhe para Bruno Pereira no Funchal, como agem no PSD. E também não se esqueça de como são tratados os aliados do PSD, é só para chegar ao pote e depois dispensados. Não seja mais uma menina do PAN.

Mas vamos esmiuçar. O cenário político em Santa Cruz, e em particular no PSD, parece ser de grande incerteza e alguma manobra tática. Apesar da escolha da JPP, não me parece que estejam confortáveis com as atitudes da Élia Ascensão.

A felicidade dos JPPs e a desistência de Savino

Se Savino Correia era percebido como "mais do mesmo" e se o PSD não consegue apresentar "soluções" que transcendam o "curral da Renovação", então a desistência dele pode, de facto, ser vista como uma vitória para o JPP. É que o PSD formalizou publicamente e recuou. Significa que o principal partido da oposição continua a ter dificuldades em renovar os seus quadros e em apresentar uma alternativa credível e fresca. A saída de Savino pode ter retirado uma "carta" conhecida do baralho do PSD, abrindo caminho para uma disputa mais imprevisível, ou até favorável ao status quo do JPP em Santa Cruz.

A busca degradante por candidato e o "Concurso Público"

A ideia de um "concurso público" através da notícia do DN (jornal oficial do poder - link) para encontrar um candidato, seja militante ou independente, é um sintoma da fragilidade do PSD em Santa Cruz. Não ter um nome forte e consensual internamente, após tantos anos de domínio do JPP, demonstra uma falha na estratégia de construção de quadros e na atração de figuras de peso. É quase uma ironia porque é o inverso do que se passa na Região com o PSD a secar tudo. Significa que o poder é uma vantagem.

Mas é sinal de desespero ou de abertura estratégica? A busca por um independente pode ser apresentada como uma "abertura" à sociedade civil, tentando descolar-se da imagem de um partido fechado. No entanto, o facto de ser uma necessidade e não uma escolha pré-planeada, enfraquece essa retórica. Mas, abre-se à sociedade civil depois de ostracizar tantos quadros do PSD? Irónico! É aqui que se vê que traz água no bico, abriu a armadilha à Élia.

O PSD de Miguel Albuquerque angaria apenas do "curral da Renovação" e isso leva a uma "caquistocracia" (governo dos piores ou menos capazes), a dificuldade em encontrar um candidato externo ou que não se encaixe nesse molde é ainda mais evidente. A desistência de Savino, que era uma figura do "curral", pode ser uma prova de que a estratégia de Albuquerque não está a funcionar para vencer em Santa Cruz. As eleições começam a ser um problema no modo de atuar de Albuquerque, vai secando e mingando...

O engodo à Élia e as lições de Bruno Pereira/Aliados

O Bruno Pereira caladinho valorizou-se, a população fez a imagem de Albuquerque. O PSD parece estar a tentar capitalizar o "descarte" da Élia Ascensão pelo JPP, no entanto, ela não saiu do partido. Para o PSD, ela é uma figura já conhecida e com alguma exposição política em Santa Cruz, o que seria uma mais-valia num cenário de falta de nomes. Temo que a Élia caia no Síndrome do PAN, sentir-se importante pelos assédios que levaram ao seu fim político em vez de aguardar oportunidade, valorizando-se como Bruno Pereira.

O facto de Albuquerque se recusar a responder sobre um eventual apoio a Élia pode ser uma tática para não a "queimar" antes do tempo, mantendo a porta aberta enquanto se avaliam outras opções, ou para não se comprometer publicamente com alguém que, de facto, pode vir a ser "descartada" mais tarde. Já bastou Savino

"Temos Tempo para Isso. Não Vamos Precipitar"

A declaração de Miguel Albuquerque de que "temos tempo" e "não vamos precipitar" pode ser lida de várias maneiras:

Falta de urgência real: Pode significar que, apesar da aparente crise de candidatos, a máquina partidária ainda está a trabalhar nos bastidores e que o momento certo para anunciar um nome ainda não chegou.

Tática de negociação: Pode ser uma forma de mostrar que o partido não está desesperado, o que lhes dá mais poder de negociação com potenciais candidatos, sejam eles militantes ou independentes.

Gestão da crise: É uma forma de tentar passar uma imagem de controlo e calma, mesmo que a situação interna seja de alguma agitação.

Em resumo, o PSD em Santa Cruz está com dificuldades em renovar-se e encontrar quadros com peso eleitoral. Pode recorrer a um atalho efémero. Uma possível "reciclagem" de figuras políticas, como Élia Ascensão, também podem ser vistas como oportunismo por parte do PSD, em vez de uma estratégia de longo prazo. Mais um desaforo para dentro do PSD. Então dizem tanto mal da JPP e a primeira coisa que fazem é ir buscar um elemento deles? Até parece a taxa turística.

A manutenção de uma retórica de "calma" por parte da liderança do PSD, contrasta com a perceção de desespero na busca por um candidato. Uma janela de oportunidade para o JPP consolidar a sua posição, aproveitando as fragilidades da oposição.

A "caquistocracia" e a forma como o PSD trata os seus "aliados" são pontos que, se confirmados na prática, podem ser determinantes para o desfecho eleitoral em Santa Cruz. A situação de Élia Ascensão será um barómetro interessante para observar a veracidade destas suas observações.

É evidente que ninguém sai de uma prateleira dourada (ALRAM), mas porque foi que a Rubina Leal, sendo moradora no Caniço - Concelho de Santa Cruz, nunca foi candidata por Santa Cruz em vez do Funchal para perder. Foi casca de banana?!

Enviar um comentário

0 Comentários