O rolo compressor do PSD-M

T odos agem com medo têm comportamentos condicionados a isso, uns têm mais jeito para disfarçar do que outros, uns mais cínicos e falsos do que outros, uns têm a cartilha toda de boas pessoas e não passam de vermes, medem as palavras e os atos porque quando não se vislumbram mudanças a malta pensa no tempo que decorre até haver eleições, uma esperança, mas que tem acabado sempre em desilusão.

Nestas últimas Regionais, senti desilusão extrema em muitas pessoas, muitas acreditavam que foi atingido o pico da conjuntura para mudar, para quem está atento há descalabro, falta de valores, incompetência, gestão dia a dia sem plano, para os lóbis e monopólios, serviços públicos em decadência, mas o PSD ainda reforçou a votação. Faltou oposição credível e quem falhou foi notado pelos votos.

Para alguns até é ilógico e há mais falsos com interesses escondidos do que se pensa, sempre são 5 décadas... Outros dizem que foram as Regionais mais ameaçadoras de sempre, convenhamos que para o Ramos sénior entrar no terreno, e fazer-se de secretário geral, deve ter sido uma aflição de "perder a mama". Viram o Prada pedir a demissão por vergonha? Não! Medo, deixa-te estar para a reciclagem. Mas por outro lado, e aquela do homem dos valores que não trocava causas por tachos? Foi um estatelamento como nunca se viu. Calou de vez. Como se consegue? Ameaças e medo. Ter poder é encontrar uma forma de vergar os outros, usando-o para infligir mazelas, derrotas e perseguições no âmbito do pessoal ou família. O que terá vergado o homem?

A vitória, dizem que foram de ameaças fortes, aos que dependem do erário público a outros que se deixaram ficar, fartos da situação, mas que foram buscados a casa ou receberam telefonemas quando pensavam que já estavam esquecidos. Enganem-se, a aflição lembra-se de todos, para o banquete é que não. E o que temos de novo? Medo.

O medo é a arma, a coragem e a estratégia são antídoto.

Porque fui buscar isto?!

Por causa de Santa Cruz, façam o seguinte exercício. Quem acha que se a Élia Ascensão fosse do PSD, com o PSD em posse da câmara e que a tivesse "despachado", que ela faria o que está a fazer na JPP? Ninguém. Ela seria um Bruno Pereira, porque no PSD há medo das represálias e, medido bem, é melhor ser Bruno Pereira e baixar a orelha como Manuel António.

Concluo que a JPP é mais democrática, de militantes livres e sem um medo opressor. Mas também concluo que o PSD com as características atrás descritas é tipo Putin, não joga com a mesma lealdade e todas as ações de bom senso são aproveitadas para continuar igual, sem valores, sem ética, usando o momento para a derrota do adversário.

O recado final é lembrar como todos os que afrontam o regime russo caem infelizmente das varandas, têm acidentes lamentáveis e o azar de ir no avião errado que se despenha. O PSD mata e destrói. A todos os que usa a partir das cúpulas políticas a mando dos oligarcas, como se viu até a companheiros, militantes e funcionários públicos. O PAN já teve o seu castigo, o CDS tem sempre a sorte do resultado perfeito apesar de minúsculo com clientelas.

Agradeço que as cúpulas do JPP e a Élia Ascensão se entendam e percebam que estão no limiar da esperança e da desilusão, para mais uma vitória do PSD ou não... com a podridão. A Élia Ascensão pode ter glória momentânea mas acabará usada como a senhora do PAN. O segredo é não permitir o medo e ser livre.

Se a noite eleitoral for de derrota pensarão nos egos tontos que têm, na consciência de que perderam e puderam evitar. Sardinha que o gato leva ...