A comédia negra do PSD no Funchal


Do palanque ao fundo do mar.

P reparem as pipocas, e talvez um gravador da Polícia Judiciária, porque o Funchal vai assistir a um verdadeiro épico político, daqueles que nem a Netflix ousaria escrever. A lista do PSD à Câmara Municipal parece ter sido escolhida com o critério rigoroso de um sorteio de rifas… em plena rave de más decisões.

Comecemos pelo cabeça de lista, Jorge Carvalho. Um orador de excelência, se estivermos a falar de discursos com mais tropeços que uma maratona em empedrado. A sua capacidade de comunicação é tão fluida quanto um fax com problemas de papel. Assistir a um discurso dele é como ver uma aula de lógica dada por um papagaio com amnésia: começa num ponto, esquece-se do meio e tropeça até ao fim. Mas calma, porque segundo consta, a coerência não é um requisito para liderar uma autarquia com processos judiciais pendentes, é quase um impedimento.

E depois temos o nº3, a cereja em cima do bolo radioativo. Um verdadeiro estadista à moda antiga, com o dom especial de transformar desacordo político em ameaça à integridade física. Porque nada diz “debate democrático” como mandar adversários políticos dar um mergulho… no fundo do mar. Elegância pura. O tipo de pessoa que olha para um microfone e pensa “instrumento de ameaça ou só de amplificação vocal?”

Mas, sejamos justos, liderar uma câmara mergulhada em suspeitas de corrupção e sob o olhar atento da PJ requer talento. Não qualquer talento. Um talento específico: aquele de fazer de conta que não se vê nada, enquanto se acena para a multidão com um sorriso nervoso e um discurso mal decorado.

Enfim, o Funchal não vai ter apenas uma nova gestão municipal, vai ter um reality show. Com episódios semanais, investigações ao vivo e, quem sabe, até uma visita especial dos serviços judiciais. A política local acaba de entrar num novo nível…

Senta-te, Funchal. O espetáculo vai começar.

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