D urante muitos anos, a Juventude Social Democrata (JSD) Madeira foi uma das estruturas mais influentes da política regional. Era uma verdadeira escola de quadros para o PSD Madeira, um espaço de debate, mobilização e renovação geracional. Hoje, esse papel está praticamente adormecido.
É verdade que existem três deputados com ligação à JSD na Assembleia Legislativa da Madeira. Mas, para além disso, a estrutura pouco tem mostrado. Não há ideias novas com impacto, não há propostas com identidade jovem, nem se sente uma presença real junto da juventude madeirense.
A JSD perdeu capacidade de atrair jovens da sociedade civil. Deixou de ter ligação às escolas, associações e movimentos cívicos. Está fechada sobre si mesma, afastada da realidade dos jovens que diz representar. E isso reflete-se nos resultados: as listas do PSD têm vindo a perder espaço para os jovens e a JSD ficou para trás.
O mais curioso é que o Partido Socialista, que nem tem uma juventude partidária estruturada na Madeira, conseguiu colocar jovens nas listas à Câmara do Funchal. E a Iniciativa Liberal, com menos meios, começa a captar o interesse de jovens que se sentem desligados dos partidos tradicionais, e, se nada mudar, continuará a crescer à custa da inércia da JSD.
Bruno Melim, como líder da JSD Madeira, tem agora uma oportunidade decisiva. As eleições autárquicas estão aí à porta. É agora que se joga a credibilidade da juventude do PSD. Ou se consegue colocar jovens com valor nas listas ou a estrutura continuará a perder relevância.
A política regional precisa de sangue novo. Precisa de juventude com ideias, com coragem e com voz. Se a JSD não acordar, os jovens vão continuar a afastar-se. E, nesse caso, não será só a juventude que perde, será o futuro do próprio PSD Madeira
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