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Nunca tivemos um Secretário do Turismo tão lesivo aos madeirenses, supera o ferry. Incrível. |
Um precedente perigoso.
A recente proposta de aplicar taxas para aceder a trilhos, levadas e outros pontos turísticos na Madeira levanta sérias preocupações. Embora as autoridades garantam que, numa fase inicial, esta medida não abrangerá os residentes, a história tem-nos mostrado que tais isenções podem ser efémeras. Há um receio palpável de que esta seja uma porta de entrada para a generalização do pagamento, afetando futuramente também os madeirenses.
A experiência internacional serve de alerta. Em Veneza, por exemplo, a implementação de uma taxa de acesso para turistas gerou controvérsia e não solucionou os problemas de sobrelotação que se propunha combater. Pelo contrário, criou barreiras para visitantes de menor poder económico e não impediu a gentrificação da cidade, afetando a qualidade de vida dos próprios habitantes.
Na Madeira, onde a natureza é um dos maiores bens e um dos pilares do turismo e da identidade local, a introdução de taxas para usufruir destes espaços é especialmente delicada. Muitos madeirenses têm uma relação profunda com as suas levadas e trilhos, que são parte integrante da sua vida, cultura e lazer. Já não bastava as filas indianas neles, o que desde já desentusiasma o fruir da natureza e ao relaxamento, tornar o acesso a estes locais pago, mesmo que inicialmente apenas para turistas, desvirtua a essência da experiência e corre o risco de transformar a ilha num mero produto, acessível apenas mediante pagamento.
As autoridades argumentam que as taxas se destinam à manutenção e preservação destes locais. No entanto, é fundamental questionar se esta é a única ou a melhor forma de angariar fundos. Será que não existem outras vias, como a otimização de verbas existentes ou a captação de investimento através de outras fontes, que não onerem diretamente o acesso a bens tão valiosos? É uma forma de evitar a taxa turística que não é ideia do PSD para impor mais uma grandiosa ideia do PSD?
A verdade é que, uma vez instituído o mecanismo de pagamento, a linha que separa a isenção para residentes de uma aplicação generalizada é ténue. Isto é tão só o princípio de mais um monopólio que depois usa bens públicos para fazer dinheiro, ficando os madeirenses expropriados. O que hoje é "para turistas" pode facilmente tornar-se uma realidade para todos no futuro, justificando-se com a necessidade de mais fundos ou com a "equidade" entre visitantes e residentes.
É imperativo que se reflita seriamente sobre as consequências a longo prazo desta medida. A Madeira arrisca-se a perder parte da sua alma, transformando a beleza natural e a experiência cultural em algo transacionável, um parque de diversões monetizado. É tempo de proteger o acesso a estes tesouros, garantindo que a sua beleza e fruição permaneçam um direito, e não um privilégio condicionado por uma taxa que acabará nos abutres de sempre, passito a passito.
Isto é simples mais uma grandiosa solução do Bardamerda, tal como o subsídio social de mobilidade para ricos. Eles não pensam nos madeirenses, pensam em instrumentalizar o dinheiro e bens público em benefício das elites e gerar lucro para os amigos monopolistas que esquartejam as áreas económicas na Madeira. Temos, abram olhos, monopólios para tudo, exploração de estrada, portos, bares, ...
Lembrem-se que estão a violentar a sociedade madeirense, estão a gerar indignação, depois vem o desprezo, a violência e a represália. Escrevam!
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