H á muitas coisas estranhas nesta vitória do PSD no Funchal. O Miguel Albuquerque faz um direto desde a sede do partido com o Governo atrás (link). O líder do CDS faltou com Albuquerque mas esteve com o Jorge Carvalho, na sede de campanha. O beto, jornalista do PSD diria que isto são historietas e fake-news. Albuquerque parecia estar com pressa para ir dormir e o discurso de vitória do Jorge Carvalho deu para dormir, nem todos são curtos no vocabulário como o Trump e fazem sucesso. O fato era cinzento a condizer com a vitória.
Em 2021, Pedro Calado apareceu como o salvador da pátria, de sorriso ensaiado e discurso cheio de promessas que até pareciam sair de um teleponto divino. Hoje, Jorge Carvalho tenta repetir a façanha, mas o entusiasmo parece ter ficado preso algures na sede de campanha. Calado prometia futuro; Carvalho parece que ainda está à procura do presente. Com o andar da carruagem há-de aparecer alguma ideia.
Enquanto Calado fazia do palco uma passerelle de autoconfiança, Jorge Carvalho limitou-se a recitar o manual do eleitor cívico. O fato cinzento combinava com a vitória, e o tom monocromático do discurso não ajudou. O público, fiel mas cansado, já sabia o guião: Albuquerque fala, elogia, e apressa-se para ir dormir, como se o poder já fosse rotina de insónias.
Em 2021, o Funchal parecia estar a viver um episódio novo da série política madeirense; hoje, o episódio é repetido, mas com menos audiência. Calado foi o protagonista carismático, Carvalho o substituto burocrático. A rusga política talvez ainda venha, afinal, nada é mais previsível que o inesperado na Madeira. Por agora, o PSD celebra, mas entre sorrisos forçados e copos meio vazios, há quem perceba que esta vitória tem mais de gestão de danos do que de glória conquistada.
E agora, muitos vão acordar para os vereadores que elegeram, estou louco para ver o herdeiro da Indutora, sem conflitos de interesses, com obras e urbanismo.