O s poderosos sonham com alguns filmes de ficção científica, com o controlo total da humanidade, tornando-os peões da sua riqueza e marginalizados da vida que todos merecem ter. Uma das formas é ter o dinheiro que facilita a vida sob seu domínio, é a exclusão do dinheiro digital, onde eles têm as plataformas e tu colocas todo o dinheiro à sua guarda. Se um dia houver um Elon Musk a fazer ao dinheiro o que fez ao Twitter ... está tudo dito. E não digam que não é possível, qualquer um com o sistema montado reescreve as regras como Putin e Trump.
Em boa hora aconteceu o apagão em Portugal e a guerra hibrida na Europa, serviu para meter juízo naqueles que queriam executar uma exclusão social através do dinheiro digital e colocar os labregos que guardam dinheiro a brincar com ele. Agora uma das medidas preventivas é ter algum dinheiro em casa.
É assim que os debates sobre o futuro dos sistemas financeiros têm vindo a intensificar-se, sobretudo à medida que as tecnologias digitais ganham terreno nas transações quotidianas. A ideia de substituir o dinheiro físico por formatos totalmente digitais tem sido apresentada como um passo natural rumo à modernização, à eficiência e ao combate ao crime financeiro. Jura! E quem comanda essas plataformas vão se portar como os moralistas dos bancos perante os seus clientes para depois se descobrir a podridão em que viviam?
A dependência absoluta do digital é tão frágil quanto as infraestruturas que o sustentam. Até já roubam nas criptomoedas.
Quando falha a eletricidade, quando a comunicação é interrompida, quando os sistemas bancários ficam inacessíveis, toda a narrativa de que o dinheiro digital é uma solução universal e infalível desmorona-se num instante. Vimos! Mas ainda falta conhecer a fase dos labregos quando se puderem se manifestar. De repente, aquilo que parecia antiquado, o dinheiro físico, mostra-se um pilar de resiliência. Não por nostalgia, mas pela sua autonomia: não precisa de rede, não precisa de autenticação, não precisa de servidores a funcionar. Estamos a ficar completamente dependentes da tomada na parede.
Felizmente, este cenário serviu de alerta para a tentação, por parte de alguns decisores, de avançar para modelos que poderiam resultar numa forma subtil de exclusão social. Nem todos têm acesso a tecnologia, nem todos dominam ferramentas digitais, e nem toda a população está preparada para lidar com um sistema completamente desmaterializado, alguns são pobres e não querem serviços a "chupar" o pouco que têm. Pretender que a sociedade abandone o dinheiro físico sem garantir alternativas robustas, inclusivas e resilientes seria, no mínimo, imprudente, e socialmente nefasto.
Eu não me esqueço da iniciativa governamental portuguesa que garantia canais genéricos portugueses livres de plataformas de cabo obrigatórias por pacote. Agora, nenhuma garante gratuitamente esse direito. Cuidado com esta gente que não respeita lei e embrulham-nas.
Os fenómenos recentes colocam, assim, um travão saudável às ideias de que o dinheiro digital pode substituir, de imediato e de forma total, todos os outros meios de pagamento. Mostraram que, no mundo real, não existe solução única e que a modernização não deve ser sinónimo de cegueira tecnológica e mais exclusão social.
Manter o dinheiro físico em circulação não é um capricho nem uma resistência ao progresso; é uma salvaguarda contra falhas sistémicas e um garante de inclusão. O verdadeiro debate não deve ser sobre eliminar ou não o dinheiro físico, mas sim sobre como equilibrar inovação com segurança, eficiência com liberdade, e tecnologia com humanidade. Há outras formas de combater a corrupção, se quiserem, mas normalmente usam a segurança para escravizar as pessoas e vigiá-las.
