![]() |
| Até o cruzeiro de 4 anos para se livrarem de Trump está em causa (link) |
O s passageiros e a tripulação dos navios de cruzeiro que precisam de qualquer tipo de autorização para entrar nos EUA (visto ou ESTA) estarão sujeitos às políticas de imigração do país, incluindo a potencial verificação das redes sociais, independentemente da bandeira do navio. O risco de impedimento é real. As novas políticas de imigração dos EUA podem impactar o setor de cruzeiros, que tem uma natureza global e estão sujeitas a regulamentos internacionais e dos EUA.
A administração Trump está a tentar provocar autocensura através da ordem de ver as redes sociais de quem queira visitar os Estados Unidos, mas o retorno é agravar a gradual descida do turismo para os EUA. As políticas de imigração dos EUA, incluindo a proposta de verificação de redes sociais, visam indivíduos que solicitam entrada no país, seja através de um visto ou do Sistema Eletrónico para Autorização de Viagem (ESTA). São todos, para trabalho ou turismo.
Se o passageiro de um cruzeiro precisa de um visto dos EUA (como o B1/B2 para turismo) ou do ESTA para entrar nos Estados Unidos (o que é necessário para a maioria dos cruzeiros que partem, chegam ou param em portos dos EUA), ele estará sujeito à mesma verificação de redes sociais que qualquer outro viajante internacional. Mesmo que o cruzeiro seja internacional, se o navio fizer escala num porto dos EUA, as regras de imigração e alfândega dos EUA aplicam-se à entrada no país.
Se o cruzeiro começar e terminar num porto dos EUA (sem escalas em outros países), as regras de documentação podem ser diferentes para alguns cidadãos (como americanos), mas para os estrangeiros, os requisitos de entrada nos EUA (visto/ESTA) continuam a ser o fator determinante.
Mas não é só lazer, também para trabalhar a bordo. Os tripulantes de navios de cruzeiro, mesmo em navios com bandeira estrangeira, geralmente precisam de um Visto de Tripulante (C-1/D) para entrar nos EUA para trabalhar. Os candidatos a este tipo de visto também podem ser sujeitos a uma triagem de segurança rigorosa, incluindo a análise das redes sociais.
O facto de muitas companhias de cruzeiro serem geridas por empresas americanas, mas os navios terem bandeira de conveniência (como Panamá, Bahamas ou Malta), não altera os requisitos de imigração e alfândega dos EUA para os passageiros e tripulação. A bandeira afecta sobretudo as leis fiscais, do trabalho e marítimas às quais o navio está sujeito. Tomem isso em atenção, o que conta é onde aportam. Jogando pelo seguro, prefira companhias de cruzeiro europeias sem escala nos Estados Unidos.
Não compre um cruzeiro pensando que isso implica todos os vistos, pode ter que ficar a bordo. Os requisitos de entrada (visto, passaporte, triagem de segurança) são sempre determinados pelo país que está a ser visitado, neste caso, falamos dos Estados Unidos, país predominante para cruzeiros.
Como já têm ouvido, a verificação das redes sociais pode levar a impedimentos. Se as autoridades encontrarem publicações, associações ou atividades online que considerem uma ameaça à segurança nacional, ou que indiquem intenção de imigrar de forma ilegal (por exemplo, declarações sobre querer ficar nos EUA), o visto ou a autorização de entrada podem ser negados ou revogados. Não é preciso muita coisa, basta ver que em situação comum até há pouco tempo, a entrada nos EUA não era propriamente amigável, agora temos a atitude ICE.
Nunca se sabe o que é uma ameaça porque estamos acostumados à livre expressão da Europa. O objetivo principal destas medidas é a segurança, mas o efeito secundário de provocar autocensura é amplamente reconhecido e criticado por especialistas e interessados no turismo.
Se mesmo assim quer ir fazer cruzeiro pelos EUA, limite ou evite se expressar com opiniões controversas online. Ajuste as suas configurações de privacidade para não partilhar publicamente a sua atividade, ainda assim não faça fé, o ideal é a autocensura porque vai para um embrião de ditadura.
Há 4 meses um canal brasileiro reportava a experiência de 2025 no Brasil, mas agora Trump também já rebentou com as Caraíbas:
