O André Ventura é um burlão burlesco do populismo, viu-se isso descaradamente com o Pacote Laboral. E parece que o fanatismo de alguns gostam destas atitudes que até vão contra si próprios. Não sei o que esta gente pensa ao ver uma cópia de Trump em Portugal. A governar não se pode andar na demagogia. E, mais impressionante ainda, é ver uma sondagem do DN nacional que coloca André Ventura à frequente da eleição Presidencial (link). Querem mesmo muito trazer a barbaridade que se passa nos Estados Unidos para este país?
Mas vamos ao Pacote Laboral. O historial recente da posição de André Ventura (Chega) em relação ao pacote de alterações à legislação laboral é um exemplo claro de ajustamento político rápido em resposta à pressão social e à perceção da opinião pública. O burlão burlesco percebeu que ia perder na sua posição e emenda para o contrário sem qualquer pudor. E as pessoas aceitam?
Antes da Greve Geral (realizada a 11 de dezembro de 2025), a posição do Chega era primariamente a de que a legislação laboral precisava de ser modernizada, alinhando-se com a ideia de que as leis atuais eram "do século passado" e prejudicavam quem trabalha. Imagine-se, isto já é uma barbaridade! O Chega não era uma "força de bloqueio" e estava disponível para analisar as alterações propostas pelo Governo da Aliança Democrática (AD), a ideia era viabilizar com apontamentos do Chega para se poder gabar de alguma coisa.
Semanas antes da paralisação, Ventura afirmava que Portugal devia evitar uma Greve Geral, culpando o Governo caso a situação chegasse a esse ponto, mas sem endossar a paralisação em si.
A Greve Geral de 11 de dezembro de 2025, a primeira conjunta entre a CGTP e a UGT em 12 anos, teve uma adesão (historicamente alta, segundo os sindicatos, ou inexpressiva, segundo o Governo) que demonstrou um forte descontentamento numa franja significativa dos trabalhadores.
Imediatamente após a greve, André Ventura protagonizou uma inversão de discurso, mudando o seu foco das críticas pontuais para uma oposição frontal ao pacote laboral tal como estava. Ventura passou a declarar que a Greve Geral era compreensível e que o Governo tinha sido "casmurro", "teimoso" e tinha "desrespeitado quem trabalha". Ele chegou mesmo a afirmar que agora "já concorda com a greve geral".
O líder do Chega anunciou formalmente que o partido votará contra o pacote laboral no Parlamento, caso o Governo não faça cedências em matérias como os despedimentos e a parentalidade. Caracterizou o pacote como um "ataque a quem trabalha" e um "bar aberto de despedimentos".
Este facto só pode ser interpretado como um exemplo claro de populismo reativo e oportunismo político por um burlão burlesco. O Chega, que antes se mostrava aberto à discussão da lei, mudou a sua posição para uma ameaça de voto contra imediatamente depois de uma manifestação de força dos sindicatos.
Como todo populista quer estar na crista da onda, a alteração visa capitalizar o descontentamento social massivo manifestado pela greve, posicionando o partido ao lado dos trabalhadores descontentes, independentemente da sua ideologia. Descarado, oportunista, mas também derrotado e um rato.
O Chega é um partido de direita radical, que normalmente defende a flexibilização e modernização das leis laborais (como inicialmente estava para viabilizar o pacote laboral do governo), e critica duramente os sindicatos e a CGTP (que caracterizou como "ideologias" e "leis da União Soviética"). Caramba, o trabalho e rendimento é preciso meter política? Isto é do mais básico e transversal aos partidos. Ao abraçar a causa e o descontentamento gerado por uma greve da CGTP/UGT, o Chega demonstra uma flexibilidade ideológica que prioriza a conquista de votos em detrimento da coerência programática. Populismo!
A narrativa de que o Governo está a "premiar quem vive de subsídios" e a "castigar quem trabalha" é a linha central do Chega. Ao opor-se à lei laboral, Ventura conseguiu unir a sua crítica ao Governo da AD com uma defesa dos "trabalhadores", criando uma ponte entre as classes populares e a sua agenda populista, aproveitando a oportunidade criada pelo Governo e pelos sindicatos para se tornar na "esperança da esquerda" (como foi ironicamente descrito num título de imprensa).
A mudança de posição após a Greve Geral é uma manobra calculada de um burlão burlesco para surfar a onda de descontentamento, confirmando a tática de André Ventura de se posicionar onde a contestação social é mais forte.
