O s prémios comprados com o dinheiro do povo para enganar e se pavonear o secretário do turismo e a sua equipa, são uma vergonha e só basta não ter vergonha na cara para continuar a gozar e insistir no mesmo. a Madeira tem somado galardões ano após ano dos World Travel Awards (WTA) mas estes prémios em particular são negociados ao longo de todo o processo de apuramento. São eleições feitas por entidades privadas que se regem por princípios económicos, de rentabilidade económica e, como tal, pagam e ficam no lugar que querem.
O site dos World Travel Awards, marca de uma empresa sediada em Londres e que não tem relatórios de atividades públicos, nada refere sobre compra de lugares – que já tinha motivado dúvidas no passado. Apresenta no entanto as ‘fees’ (taxas) a pagar para se ser nomeado, o custo dos troféus e preços especiais para os vencedores publicarem artigos num site de notícias do meio.
O site dos WTA mostra no entanto que para receber os respetivos troféus e diplomas, para expor nas paredes ou nos halls dos hotéis premiados, há custos adicionais e oferecem também a possibilidade de comprar um artigo numa revista do meio ou um vídeo profissional de promoção que tire proveito do prémio. Podem adquirir o “Digital Winner Pack” por cerca de 500 libras.
https://www.linkedin.com/posts/pedrocastrofly_%C3%B3scares-do-turismo-portugal-distinguido-activity-7171495257824452609-o3N5?
Dezenas de milhares de euros de investimento gastas para quê? Para destruir a Madeira?
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Não foi nomeado para os World Travel Awards de 2024? Não se preocupe!
Adote a receita de Goreti Serralheiro para aparecer nas revistas portuguesas de celebridades: compre o seu espaço. Aqui tem um link para perceber como tudo “começa” para não falhar os #worldtravelawards de 2025: https://lnkd.in/d2mk34dn Quanto mais categorias selecionar, mais pagará…nalguma certamente ganhará. Mas atenção: à medida que se aproxima a data da cerimónia, a fatura vai engrossando com opções “adicionais”.
No setor do turismo existe um verdadeiro “overbooking” de prémios de “melhor-qualquer-coisa” nas mais diversas categorias com dezenas de organizações promotoras, sinal de que é um negócio rentável, muito cobiçado e parcamente regulamentado. Um verdadeiro paraíso.
Em 2021, Elidérico Viegas, fundador e presidente da AHETA - Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, denunciou estes prémios numa entrevista polémica à jornalista Sónia Peres Pinto do Jornal i I iOnline : «só nós é que conhecemos estes prémios, o resto do mundo não sabe. São eleições feitas por entidades privadas que se regem por princípios económicos, de rentabilidade económica e, como tal, pagamos e ficamos no lugar que queremos. Estes prémios que andamos a apregoar com frequência são prémios atribuídos por estruturas ou organizações privadas que têm como fim o lucro e que vendem lugares em função dos preços que se pagam. Estes prémios contribuem para a inação de todos os envolvidos no ramo: empresários e Governo.” No dia seguinte, Elidérico Viegas apresentou a sua demissão.
Ignoro como se passa nos Óscares em Hollywood…as nomeações são pagas ou são por mérito?
E se Elidérico Viegas tiver razão? Se for o caso, digam-nos apenas que estes prémios são, afinal, uma página de publicidade como outra qualquer e está tudo bem.