Corrupção sem fim à vista


P ortugal despertou com os últimos casos mediáticos de Sócrates, Salgado e nos últimos dias com a detenção de Rendeiro na África do Sul e a fiança recorde de seis milhões de Pinho. Tudo gente idónea, presumivelmente inocente até que se prove em Tribunal.

E o que tem de comum toda esta gente? Foram e são gente poderosa, com fortes elos à politica, trazendo o descrédito àqueles que votam. Enquanto um desgraçado qualquer que cometeu um qualquer excesso é defendido por um advogado oficioso, os poderosos que se dizem vítimas, são defendidos por grandes advogados que não hesitam em aparecer nos media com a intenção de protelar a Justiça até à exaustão.

Se em Portugal os corruptos são os suspeitos do costume, na Madeira estamos no cantinho do céu, aqui toda a gente é honesta, que o digam os inúmeros casos escusos que não passam de suspeitas de gente invejosa.

Não passa de inveja o facto de alguém adquirir um imóvel por um milhão de euros e vendê-lo por incúria e legalmente a outro por menos de 250 mil euros, na cara da Autoridade Tributária que fica a assobiar para o lado. E para cúmulo do bom senso, a Autoridade Tributária avalia depois o imóvel por menos de 300 mil euros. Na verdade, neste negócio não existe ilegalidade mas sim apenas um idiota que perdeu dinheiro ao vender o imóvel.

Se na venda de imóveis os factos são inegáveis e públicos, mas difíceis de provar em Tribunal, na Construção Civil as suspeitas não ficam atrás. É público alguns casos suspeitos de construção de habitações de luxo, por Construtoras do regime, a preços muito competitivos, abaixo do valor de mercado, apenas devido à cor do olhos do interessado. Tudo legal e impossível de provar em qualquer Tribunal.

Se juntarmos a tudo isto a cedência de ações na participação de Sociedades Anónimas a insuspeitos políticos do costume, então continuamos no meio do anonimato e da legalidade. Engraçado, anonimato.

O problema de tudo isto é que o património inexplicável dá muito nas vistas e muitos corruptos preferem ser abonados com dinheiro vivo e, como as Contas na Suíça já não são o que eram, nasceram as contas offshore nos paraísos fiscais. Infelizmente, os casos como o Panamá Papers expuseram muitos políticos pelo mundo fora, o que levou ao descrédito do anonimato das contas offshore porque, enquanto houver dados num disco de computador, nada é seguro.

Felizmente, a última tecnologia descentralizada do BlockChain veio trazer uma ténue esperança aos corruptos, visto ser impossível à Justiça descobrir o homem por detrás de um código de conta secreto.

Se investir em moedas virtuais é um risco elevado para qualquer cidadão anónimo, fazer transferências entre números de contas virtuais, escondidas por detrás de um número secreto, é algo inseguro mas muito mais anónimo. Infelizmente, para converter Bitcoins e Ethereum em dinheiro real é necessário passar por corretoras, daí o IP da ordem de venda do destinatário ser detetado pelas corretoras.

Quem ousa investir em Ethereum, por ser a moeda virtual mais estável, não o faz para ganhar ou perder dinheiro mas sim para ocultar a origem do dinheiro. Há casos suspeitos de compra e venda de moeda que circulam em centenas de contas em menos de 24 horas, com o propósito de se perder o rasto.

A leste de tudo isto estão as Investigações das polícias, por não terem tecnologia para seguir os rastos dos IPs, são depois compulsivamente impedidos pelos provedores de internet que teimam em não entregar a identidade do suspeito às autoridades escusando-se no direito à privacidade.

Mas se é relativamente fácil apanhar um pedófilo ou predador sexual que trafica fotos de crianças na internet, fica difícil de explicar porque não se detetam transferências de milhões de euros entre IPs do Funchal e IPs de São Paulo no Brasil. E os aviões privados cá e lá?

É caso para dizer que não acreditamos que na Madeira existam corruptos ou traficantes, mas que os há, há! 

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2021
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