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Os cumprimentos a todos no CM.
Banana, todos ganham menos o produtor.
P ara quem estiver atento nas contas da banana da Madeira percebe duas situações indesmentíveis. Uma, que a União Europeia apoia a produção, repito a produção, e a outra é de que o produtor nestes últimos anos não viu sequer o valor que ganha estabilizar, o que era mau perante mais despesas, pelo contrário, o rendimento desce e muito.
O valor pago ao bananicultor é maioritariamente da União Europeia (o subsídio), porque a empresa pública GESBA paga, em média, 15 cêntimos por cada quilo de banana (o produto), como refere o Tribunal de Contas, numa auditoria em 2016. Se costuma comprar banana faça as suas contas! Em contraponto, uma cooperativa de produtores, tem milhões de lucro declarados nos relatórios (a Gesba), cujos valores não são utilizados para aumentar o rendimento dos bananicultores. Mas, não se esquece de fomentar a sua zona de conforto ao distribuir pelos apaniguados que garantem os cargos. Por outro lado ...
O apoio calculado há mais de cinco anos, nunca atualizado, não suporta muito menos compensa, os valores atuais do mercado dos fertilizantes. Adubos que, entretanto, passaram de 18€ para 25€ desinfetantes de 11€ que hoje custam 19€ e o apoio do PRODERAM 2020 é sempre o mesmo por cada metro quadrado de terreno.
Importa perceber onde anda o dinheiro, já percebemos que uma parte está no show off, porque assim permite que o dinheiro da banana também sirva para a construção de "museus", o que tem piada, parece que vamos a caminho de precisar disso para as gerações vindouras perceberem o que foi essa produção em tempos.
Pensando com os meus botões, se o produtor não se sentir compensado, os seus terrenos férteis cairão na tentação de serem vendidos por muito dinheiro à especulação imobiliária (o problema do Vinho Madeira link), onde de novo os construtores e as suas imobiliárias saem a ganhar com o abandono dos campos. Não é uma questão de "ilha refúgio e ilha gueto", é de ricos e pobres de facto sem classes sociais intermédias, como até teve razão o nosso Presidente interino ou em representação, Dr. Miguel Albuquerque.
Mas se do interesse imobiliário em matar a produção para ficar com os terrenos estamos falados, pelo menos é resultado prático, envio uma imagem de excell com as últimas despesas relacionadas com a banana com outro DDT, o dos transportes marítimos. O homem tem que ganhar pelo serviço que presta, não é isso que está em causa, o problema é que o produtor que sustenta Cooperativa, Museu e Transportes, percebe que há dinheiro e que ousam lhe roubar rendimentos. Não esqueçam que no dia que desaparecer o bananicultor também caem, pelo menos a cooperativa e parte dos transportes, o museu vende bilhetes, se não der o GR cobre... ou, ainda teremos um dia a GESBA a receber injeções de capital como a APRAM.
Para quem presta atenção ao que se passa na Região e à sua governação, sabe que se está a matar o povo pela pobreza e a matar a produção pelos intermediários que absorvem o negócio, há toda a razão de meter o secretário da agricultura como principal responsável, o chamado secretário a pique. E se falamos da banana, talvez a maior produção, desta maneira inviável, podemos lembrar as outras produções, quase todas a definhar, nas frutas e hortícolas: castanha, anona, pêra-abacate, cebola, cereja, até o Vinho Madeira (link) porque lhes vendem os terrenos.
Por estratégia regional deveríamos nas circunstâncias do mundo de hoje produzir o que comer, mais do que nunca, até para a comida (importada ou produzida cá) observamos que o nosso modelo económico, da hegemonia dos interesses da construção e de todos os DDT, estão errados.
Resumindo! A Gesba foi constituída com a falsa promessa de resolver os problemas do sector da banana da Madeira , “revolucionar o sector” e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para se interpor na ajuda comunitária da banana dirigida ao agricultor, defraudando-o escandalosamente.
Quarta-feira, 6 de Julho de 2022
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