Deputados justificaram todas as faltas


H oje soubemos pelo jornalista Jorge Sousa que os deputados faltaram 132 vezes às sessões plenárias da Assembleia Regional da Madeira. A notícia é digna de um prémio Pulitzer e foi o culminar de uma investigação jornalística com mais de dois anos. Questionado pela excelente reportagem, Jorge Sousa, confessou-nos que foi um trabalho árduo só comparável à Guerra na Ucrânia e recusou denunciar as suas fontes por estas correrem risco de vida.

Para quem não sabe, os deputados eleitos entram às 8H00 da manhã e saem sempre depois das 20H00, o que somando dá 12 horas de trabalho diário extenuante sem qualquer intervalo para almoço ou café, o que requer um esforço sobre-humano para quem ganha uma miséria. Além disso, as horas extraordinárias e o trabalho suplementar não são pagos. É só por isso que o Calado não os chama de vadios.

Alias um dos deputados, que não se quis identificar, afirmou que o seu grupo parlamentar está a estudar outras formas de luta, em que não se exclui o recurso à greve, no sentido de serem melhor remunerados porque, com a guerra na Ucrânia, o Fillet-Mignon já está a 23€ ao Kg e os ordenados continuam iguais. Dado o clima de contestação, alguns Partidos políticos já estão a pensar substituir os seus deputados por imigrantes venezuelanos. Bem-feito!

Com tantos impedimentos, a maioria dos deputados não se lembra do que foi discutido nas 87 sessões plenárias, mas alguns referem que ainda se lembram da canção “é de gatas que eu gosto” da Rosinha.

No topo das justificações está a pandemia da COVID-19, muitas gripes, baixas para amamentação, uma luxação no ombro, duas urticárias e quatro casos de bexigas loucas, que impediu a presença assídua dos deputados no seu posto de trabalho. Apesar de haver macacos, o Monkeypox ainda não compareceu em plenário, outro faltoso.

O deputado que mais faltou foi o deputado Avelino Conceição que, pela idade, justifica-se a sua ida constante ao WC porque lá tem WI-FI. Já os ilustres deputados Carlos Rodrigues e Jaime Filipe do PSD, como experientes que são, levaram uma garrafinha para fazer as necessidades, por isso não faltaram uma única vez. Os outros 14 deputados, além de devidamente vacinados contra a COVID, levaram fraldas Dodot e por isso nunca deram qualquer falta.

PS: Não invejamos a sorte dos Sr. Deputados porque o Fillet-Mignon em Marraquexe custa 32€ ao Kg.

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